quinta-feira, 18 de junho de 2020

CONTRATEMPOS, DESENCONTROS E MUDANÇAS DOS TEMPOS CORONIANOS




CONTRATEMPOS, DESENCONTROS E MUDANÇAS DOS TEMPOS CORONIANOS

Everardo de Oliveira
Parnaíba-PI

Em meados de março de 2020, o poder público decreta calamidade e isolamento social por conta da pandemia mundial no novo coronavírus e pega todo mundo de surpresa, para espanto da humanidade. Os principais meios de proteção contra este vírus (máscaras, luvas, álcool em gel etc), repentinamente, estes produtos começaram a desaparecer das prateleiras das farmácias e supermercados, os preços chegaram a patamares estratosféricos e os órgãos de defesa do consumidor fiscalizaram esses abusos. Fez-me lembrar dos velhos tempos do “boi voador” nos idos de 1986, no plano econômico do Governo Sarney.

Inesperadamente, a consulta médica que estava agendada foi devorada pelo isolamento social; o casamento que foi realizado de maneira intimista; a viagem dos sonhos dos noivos em lua de mel foi adiada por falta de voos comerciais e fechamento dos hotéis; o botox que fora colocado uma semana antes já não mais adiantava por não ter como mostrar, por conta da máscara que encobria e escondia o efeito. A compra do carro novo para ostentar não tinha mais sentido no isolamento social.

Há poucos dias vi um ouvinte de uma rádio de Teresina interagindo com o locutor, afirmando que as lojas se transformaram em “boca de fumo” em que o comerciante deixa a porta entreaberta e o cliente vem sorrateiramente, compra e sai, e o comerciante fecha rapidamente com medo de ser multado ou preso por infringir os decretos do poder público.

Pelo menos, agora também tenho evasivas de estar com sobrepeso porque as academias estão fechadas e de não mais visitar um amigo chato por conta do vírus contagioso.

Por outro lado, estão surgindo muitas mudanças sociais: na semana passada tive uma teleconferência com os moradores do meu condomínio; meu filho teve uma consulta médica pelo WhatsApp; muita higienização por onde andamos: supermercados, clínicas, farmácias etc. Fiz até uma comparação com o término do pós-guerra onde se teve a maior evolução das gerações de computadores.

Por isso, não temos certeza de nada e até aonde vai o efeito dessa pandemia, mas duas coisas não mudam: o sucesso que a máscara faz há muito tempo, desde da época da gripe espanhola (1918) e os larápios que nunca dão trégua...

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