sexta-feira, 19 de junho de 2020

A morte de Zé Henrique

Zé Henrique cercado por seus pais, filha, esposa e outros familiares


DIÁRIO
[A morte de Zé Henrique]

Elmar Carvalho

19/06/2020

           Em complementação ao esboço que fiz do perfil de meu cunhado e amigo Zé Henrique (José Henrique de Andrade Paz), desejo dizer algumas palavras sobre sua morte, no intuito de que sirva de lição ou experiência para alguns de nós.

            Foi vítima de acidente, quando pilotava sua motocicleta, à noite, de Teresina a Campo Maior. Depois da cidade de Altos, um quilômetro após ter ultrapassado a estrada de ferro, colidiu com um animal, que se encontrava sobre o asfalto. Levado para um hospital em Teresina, faleceu no dia seguinte.

            Meu irmão Antônio José lhe prestou toda assistência no nosocômio em que ele se achava internado, e lhe acompanhou os últimos momentos, inclusive lhe presenciou o instante da morte. Segundo o Antônio me narrou, em algum momento, Henrique segurou muito forte em sua mão, e disse estar pronto para seguir ao encontro de sua mãe, que falecera alguns anos antes.

Poderia rechear este registro com alguns outros pormenores, que o Antônio me poderia fornecer. Mas não o farei. Irei direto ao epílogo ou ponto final da vida de meu saudoso amigo.

            Como disse na nota anterior, ele era espírita, e tinha a premonição de que seus dias já estavam perto de seu desenlace. Me falou isso várias vezes. Falava sem medo, de forma natural, como alguém que não temesse a morte.   

            Faleceu na manhã do dia 20/10/2005, aos 46 anos. De repente, meu irmão notou que ele abriu seus grandes olhos azuis, e fixou determinado ponto. Sem sobrosso, disse para alguém que só ele parecia enxergar, que esperasse um pouco. Nunca iremos saber o que se passou em sua mente. Talvez tenha feito breve oração. Ou recitado, em silêncio, algum salmo de força. Nunca iremos saber, repito. Mas o certo é que um minuto depois, um pouco mais, um pouco menos, ele, de forma firme, sem receio ou vacilações, se dirigiu à pessoa (ou pessoas), que só ele via:

– Estou pronto. Podemos ir.

E serenamente, sem medo e apegos, exalou seu último suspiro de sua vida terrena. Acredito esteja numa outra e melhor dimensão, numa das inúmeras casas do Pai. 

7 comentários:

  1. Foi isso mesmo que aconteceu naquele dia trágico,sendo que teve um detalhe,ele com a mão quase imobilizada por causa da pancada do acidente, apertou minha mão com força e quase se elevando da maca e me olhando nos olhos disse:Antonio, eu já estou pronto, eu quero ir pra onde estar minha mãe,eu já tô pronto!
    Antonio Jose, cunhado

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  2. Acrescentei esse detalhe a que você se referiu.
    Abraço,
    Elmar Carvalho

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Não sabia desses detalhes! Não tem um dia que não lembre do meu pai. Obrigada pelos textos, tio Elmar. Fiquei muito emocionada quando vi o vídeo e depois ao ler seu texto. Tenho orgulho do meu pai e da pessoa que ele era, fico feliz por ele ter deixando boas lembranças por onde passou.Abraços

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  5. Muito lindo o que você escreveu meu irmão. Fico feliz pela relação de amizade que você teve com o Henrique ��
    Mazé

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    1. Foi um bom amigo e cidadão e todos temos boas lembranças dele. Fico feliz de que você e a Josélia tenham gostado de nosso texto.

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  6. Caro amigo Elmar Carvalho, boa tarde, esses detalhes dos últimos momentos do cunhado na vida terrena é muito comum, geralmente, ser observado por pessoa que tem estudo do mundo espiritual ou com sensibilidade espiritual. A Bíblia sagrada está permeada de momentos mediúnicos, mas as religiões surgiram diante das diversas interpretações que os homens fazem das escrituras sagradas. E que acreditemos ou não, eles existem desde dos primórdios e sempre irão existir.
    Para quem tem conhecimento espiritual isso é de fácil compreensão, pois a literatura espírita diz perfeitamente que os familiares desencarnados (falecidos: pais, avós etc) ou mentores espirituais (anjos da guarda) vêm buscar o desencarnado (falecido) e fazem uma “operação” de desenlace para que ele corte o vínculo com a dimensão terrena, funciona como se fosse um “centro cirúrgico”.
    A reação do desencarnado é muito diversificada, nem sempre é serena como foi a do seu cunhado. Minha sogra, por exemplo, há nove anos quando falecera, uma semana antes, minha esposa quando a acompanhara no quarto à noite, na casa da outra filha dela aqui em Teresina, relatou que ela não podia ficar sozinha, quando as filhas por alguns instantes a deixavam só, ela gritava desesperadamente, ou seja, apavorada com presença dos espíritos que já estavam em processo de desligamento espiritual dela, que somente compreendemos após algum tempo de estudos.
    Eu mesmo, quando tinha cinco anos e morava em Parnaíba, um vizinho idoso falecera. Ele era muito querido por nossa família e mais ou menos uns cinco dias após seu desenlace, aparecera para mim acima de uma moita de urucum, onde eu o via apenas do tronco para cabeça, ele sorrindo para mim, eu apontava para ele e avisando para meus familiares que não conseguiam vê-lo.
    Por isso, todos temos mediunidade no início da vida, até mais ou menos aos sete anos de idade, depois perdemos e no final da vida recobramos, portanto, é sempre enriquecedor esses incidentes mediúnicos para compreendermos um pouco do retorno à verdadeira Pátria, que a Espiritual.
    Um grande abraço,
    Everardo de Oliveira-Parnaíba-PI

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