ANOIA (A leviandade)
Durvalino Couto Filho (1953)
Dito escravo da família,
ao trabalho devotado
— um barnabé pontual,
lambe-botas renitente
inda metido a janota
— o promissor candidato
a deputado federal
contava horas longa
separando-se de Brasília,
onde se instalaria
num “funcional” arretado
com todas as regalias.
Agora faria carreira
no engole sapos e verbas
da Grande Secretaria,
Sua mãe não esperava
que um astuto inimigo
aplicasse àquele filho
o golpe definitivo:
apesar das preferências
que aludia ter feito
pelas donzelas fogosas
toddy-criadas ao leito,
seria espalhado na city
para fim de seu Eldorado:
— Senhoritas, infelizmente
o Secretário é viado!
Fonte: site Antonio Miranda
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