Fonte: Google/Cruz Terra Santa |
SEBASTIÃO, SANTO MÁRTIR OU MITO?
José Maria Vasconcelos
Professor e cronista
Sou cético a certas manifestações milagrosas de SANTOS ou divinização de mitos e lendas.
MAJOR CARLOS SALES, sacerdote, capelão da POLÍCIA MILITAR DO PIAUÍ. Vozeirão de rachar microfone, quando celebra missa no modesto templo da instituição militar: “O SENHOR esteja convosco,” Do altar, o celebrante acena com voz de comando: “ZÉ MARIA, escreve uma crônica sobre SÃO SEBASTIÃO!” Claro, MAJOR, sua ordem merece continência.
20 de janeiro, SÃO SEBASTIÃO, festa de arromba, feriado, foguetório no RIO DE JANEIRO, PARNAÍBA, URUÇUÍ, centenas de cidades, paróquias, vilas procissões, mundo afora, dedicadas ao jovem cravado de flechas, amarrado a um poste. Terreiros de UMBANDA capricham na homenagem, e homossexuais têm-no padroeiro.
No IMPÉRIO ROMANO, a religiosidade alicerçava-se na IDOLATRIA e superstições a deuses-padroeiros da chuva (JÚPITER), sexo (VÊNUS), força física (MARTE), bebedeiras (BACO), artes e poesia (MUSAS). Só o CRISTIANISMO pregava a fé no DEUS invisível. Certos cristãos, porém, não se libertavam da velha idolatria pagã. Apenas substituíam deuses PAGÃOS por heróis e mártires CRISTÃOS, em cujas devoções prevaleciam excessos de aclamação, superstições, que atravessam séculos. Papas, como SIXTO IV, tentaram eliminar centenas de santos do calendário litúrgico. PAPA JOÃO XXIII cassou dezenas de SANTOS permitindo apenas homenagens regionais. Em respeito ás tradições e à cultura popular, zelosos vigários estimulam a devoção, erguem santuários promovem novenários mitos, alguns produzidos pelas lendas e fetichismo, a exemplo de PADRE CÍCERO, SÃO CRISTÓVÃO, a lenda do homem que teria ajudado uma criança a atravessar o rio e descobriu que era MENINO JESUS. Nem JOÃO XXIII engoliu o xarope, retirando-o do calendário litúrgico. Fantástica lenda de SÃO JORGE, que enfrentara um dragão que engolia gente. SANTO ERASMO ou ELMO, bispo de FORNIA, ITÁLIA, outra lenda; perseguido, torturado e preso pelo imperador MAXIMIANO. Conta-se que foi libertado da cadeia pelo arcanjo MIGUEL. Novamente preso, cortaram-lhe os intestinos, virou protetor dos doentes de estômago e de parto. Outro mito, famoso na ITÁLIA, SÃO JANUÁRIO ou GENARO, cujo sangue do martírio se encontra solidificado em duas ampolas conservadas na catedral de NÁPOLES. Colocadas ao lado da cabeça do santo, o sangue borbulha, segundo autoridades eclesiásticas. Tentei assistir ao fenômeno, mas me informaram estar fora de época.
SÃO SEBASTIÃO, francês, residiu na ITÁLIA, soldado, depois capitão do exército romano. Pela fé em JESUS foi martirizado. Sabe-se a sua história através das atas do martírio, que foram escritas só dois séculos mais tarde. Em quase todas as atas de santos, os escribas tinham ordens do imperador DEOCLECIANO para colocar muitos detalhes do martírio e dar pouca ênfase ao martirizado, a fim de assustar futuros cristãos, visto que as atas eram colocadas na cidade onde ocorria o martírio.
SEBASTIÃO, cristão convicto, mesmo cumprindo tarefas militares, não tomava parte nos sacrifícios pagãos nem nos atos de idolatria. Sempre que podia, visitava os cristãos encarcerados e ajudava os mais fracos, doentes e necessitados. Soldado dos dois exércitos: o de CRISTO e o de ROMA. SEBASTIÃO foi amarrado a um poste, sofreu flechadas dos algozes e abandonado. IRENE, sua amiga, vendo-o agonizar, levou-o para casa e lhe tratou as feridas. Curado, regressou ao imperador e assumiu a condição de cristão. Foi executado, imediatamente. Transformou-se em padroeiro dos enfermos e homossexuais, por assumir, publicamente, sua condição cristã.
MÁRTIRES e BENFEITORES sociais despertam condão de simpatia popular, às vezes, sagrada e divinizada. MOTORISTA GREGÓRIO, em 1927, involuntariamente, acidentou e matou um filhinho de tenente, o qual, irritado, amarrou-o a uma árvore, às margens do POTI, sem comer nem beber, executando-o em seguida. A crença e superstição popular ainda lhe devotam orações e votos. Já, já, vem por aí canonização, santuário e feriado religioso,
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