Carlos Rubem
Tornei-me amigo e admirador do Professor Possidônio Queiroz (1904 - 1996) em criança. Morador da Rua da Feira, meu vizinho. Desde a mais tenra idade, frequentava sua casa. Sempre me tratou — como a qualquer um — com o maior desvelo. Por lá estando, ficava a observar sua conversa com visitantes, seja com gente simples ou intelectuais, a exemplo do polígrafo José Vidal de Freitas, ilustre conterrâneo. Vez outra, com toda sua mansuetude, interrompia o diálogo com o interlocutor e dizia: — Agora vamos ouvir o jovem Carlos Rubem!
A nossa amizade se consolidou ao longo do tempo. No fim da sua vida, cego, me tornei seus olhos, o secretariava no que me era permitido. Acompanhei-o até o o seu último suspiro!
Quando do meu enlace matrimonial com a Dirce ocorrido já no recuado ano de 1985, convidei-o para ser testemunha deste memorável acontecimento.
Possi não pode comparecer a este ato solene, em Teresina, mas se fez representar pelo nosso comum amigo Ferrer Freitas, incumbência cumprida mediante procuração.
Hoje (20.05.2020), ao ensejo da pandemia covidiana ora vivenciada, em plena quarentena, a Dirce fez uma limpeza geral em nossas coisas. E localizou a cópia de uma carta cujo destinatário é o Ferrer, subscrita pelo meu aludido ídolo, na qual se sobressai todo seu bom humor, carinho e polidez angelical.
Possi era santo!...
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