quarta-feira, 28 de setembro de 2022

NEORREGIONALISMO LITERÁRIO NA OBRA TOMBADOR DE FONTES IBIAPINA (1)


 

NEORREGIONALISMO LITERÁRIO NA OBRA TOMBADOR DE FONTES IBIAPINA (1)

 

Carlos Evandro M. Eulálio*

 

Resumo

 

 

                Este ensaio pretende demonstrar como o Neorregionalismo literário comparece na obra Tombador, dentro dos parâmetros que norteiam a estrutura do romance de 1930. Para tanto, inicialmente, faremos uma abordagem acerca das duas correntes que ainda hoje orientam a produção literária do gênero romance, do romantismo aos nossos dias e, em seguida, analisaremos a obra em referência, destacando seu autor Fontes Ibiapina como um dos herdeiros mais expressivos da prosa de 1930 em nosso meio.

 

Palavras-chave: Moderna ficção, Fontes Ibiapina, Neorregionalismo, Tombador.

 

 

Introdução

 

Na moderna ficção brasileira, em meio à revolução formal, introduzida no código linguístico literário por Guimarães Rosa, e de sua consequente evolução até os nossos dias, ainda constatamos a existência de duas correntes que tipificam o modelo de produção do romance brasileiro: a corrente introspectiva ou de sondagem moral e psicológica, que dinamiza a herança do Realismo-Naturalismo científico do século XIX, tendo Machado de Assis e Aluísio de Azevedo como seus expoentes, e a corrente social-regionalista. Esta, identificada em dois momentos de nossa historiografia literária: o primeiro momento, no Romantismo, nas obras de Alencar, Bernardo Guimarães, Taunay e Franklin Távora, que mostram o pitoresco de nossa paisagem sertaneja e os costumes da sociedade rural do século XIX; o segundo momento, no Neorregionalismo de 1930 que, numa linguagem simples e típica de cada região, realiza a crítica sociopolítica, com a preocupação em denunciar as desigualdades e injustiças sociais, sobretudo no Nordeste brasileiro. Destacam-se José Américo de Almeida, Graciliano Ramos, Raquel de Queirós, Jorge Amado, José Lins do Rego e outros, como principais representantes do romance de 1930, tida como a etapa áurea de nossa prosa de ficção.  

Cabe mencionar que, essas correntes (introspectiva e social-regionalista) não se isolam, pois há autores, como Graciliano Ramos, que em seu romance São Bernardo, de uma forma híbrida, alia peculiaridades dessas duas modalidades de romance.

 

Neorregionalismo no Piauí

 

Na literatura piauiense, embora alguns atribuam o papel de precursor do Neorregionalismo a Renato Castelo Branco, que em 1948 publicou Teodoro Bicanca, só a partir da década de 1950, esse gênero definitivamente ganha no Piauí espaço e maior visibilidade com as produções literárias de Fontes Ibiapina. Lembra Elson de Assis Rabelo, (2) que Fontes Ibiapina surge nos meios literários piauienses no intervalo de tempo entre a dissolução do Meridiano e o início do Movimento de Renovação Cultural, liderado em Teresina pelo prof. Raimundo Nonato de Santana.(3) Assim, podemos destacar Fontes Ibiapina como consolidador e autêntico herdeiro do Neorregionalismo de 1930 na literatura de expressão piauiense. Nos romances e contos que escreveu, de ambientação piauiense, o homem do meio rural predomina com seus problemas existenciais e sociais. Nos contos e principalmente nos romances Sambaíba, Vida Gemida em Sambambaia e Tombador, em que Fontes Ibiapina adota a técnica realista-documental, temos um narrador memorialista, identificado com a região onde viveu na infância e na adolescência, fato que se confirma na descrição da fazenda Tombador:   

 

“A caatinga parecia mais um jardim, de tão bonita de verde. Tombador era assim como se um céu de rosas. Um verdurão de mata que, de tão grande, se via o começo, mas não se via o fim. O baixão velho perdia as cerimônias e se destabocava. Desbancava-se com tudo, lá das bandas do Morro das Araras. Chega gemia de tão cheio! E o verdurão bonito se perdendo mundo afora. À noite, um relâmpago maduro riscava o papa-fogo dum punho a outro da rede da nascente. E um trovão redondo e cheio estremecendo que mais parecia dentro do coração da gente.

[...] Antes do meado de fevereiro, os currais já batendo chifres de vacas paridas. Leite, coalhada, requeijão...de sobra para gatos e cachorros. Até para negros cativos. A negrada toda de bucho tinindo de cheio, trabalhando nas roças, na maior satisfação da vida. Um lastro de legume que fazia gosto. Mas legume de o cabra passar os olhos e ficar de água na boca!” (IBIAPINA, 1971, p. 11-12).

 

                No trecho acima, descritivo-narrativo, técnica de construção textual muito usada por Fontes Ibiapina, também recorrente em Clarice Lispector, verifica-se que nas passagens estritamente narrativas quase todos os verbos estão no imperfeito do indicativo. Isso confirma que a memória literária é acionada por esse tempo verbal que contextualiza no romance as reminiscências do narrador, através de expressões em frases que denotam experiências vividas: “E um trovão redondo e cheio estremecendo que mais parecia dentro do coração da gente”. “Um lastro de legume que fazia gosto. Mas legume de o cabra passar os olhos e ficar de água na boca”. Por esse mecanismo, o autor presentifica no texto suas impressões pessoais diante do cenário descrito.

 

Enredo do romance Tombador

 

O livro Tombador, publicado em 1971, constitui, conforme seu autor, um dos romances da Tetralogia do Couro.(3) Narrado na 3ª pessoa, em 39 capítulos, ambientado no século 19, sua história se passa na região centro-sul do Estado, após a seca de 1845, nos arredores do povoado Jenipapo e das fazendas Riachinho, Tamboril e Boa Vista. Por essa época, ali chegou Bernardino de Góis, na condição de posseiro, em companhia da mulher Justina, com quem se casara recentemente, a fim de fundar naquelas terras devolutas a fazenda Tombador, onde desenvolveria a atividade agropecuária. Eis como o narrador descreve a região:

 

“Quando ali chegaram, não havia vivalmas para remédio por aquelas bibocas. Foi no quinto ou sexto (ou coisa beirando por aí assim) ano depois da seca de 1845. Naqueles tempos aquelas paragens não tinham para bem dizer donos [...] o primeiro que chegasse podia se apossar da maneira que bem entendesse. E foi justamente o que Bernardino de Góis fizera. (IBIAPINA, 1971, p. 9)

 

O fazendeiro Bernardino ou Dino, como é chamado na intimidade, com o auxílio do pai Agostinho de Góis, que lhe fornece a mão de obra escrava, constrói um grande açude na fazenda, garantindo o abastecimento de água durante o ano todo para seus moradores, para o sustento do gado e para o cultivo da lavoura. Em flashback, o narrador recupera fatos passados da vida de Bernardino. Ele se casara com Justina, por imposição e capricho do pai Agostinho. No entanto, gostava de Emília, com quem alimentava ainda a esperança de tê-la como sua mulher. Valendo-se da condição de senhor da fazenda, seduz a escrava Julinha e a engravida. Tomada de furor e de ciúme, Justina ordena que seu escravo Romão Pindoba castigue Julinha. Maltratada física e psicologicamente, a escrava perde a criança. Dino separa-se da esposa Justina, e passa a viver com Emília. Inicia-se a guerra do Paraguai. Os homens das fazendas se escondem nas matas e chapadas, para não serem recrutados pelo Exército. Rompe-se o açude de Tombador, durante um inverno rigoroso. A partir daí, verifica-se também o início da decadência moral, econômica e financeira de Bernardino. Dino é pressionado pelo cunhado Marcelo a ceder para Justina grande parte dos bens que possui, como forma de reparar os danos morais e materiais causados à irmã. Justina seduz o escravo Romão Pindoba de quem engravida. Pindoba é assassinado pelo irmão de Justina. Esta perde o filho, fruto do relacionamento com o escravo. No final da narrativa, Bernardino e Justina se reconciliam, quando ambos são acometidos de extrema loucura. O romance é cíclico, vai da fundação até a quase ou completa estagnação da fazenda Tombador, e tem desfecho com a decadência moral, material e psicológica do seu proprietário.

Quanto ao enredo da obra Tombador, Eneas Barros comenta:

Tombador é um romance de muito sofrimento. As danosas relações entre os senhores de terra e as mucamas escravas, com a cruel interferência das patroas, poupava os homens e destruía as mulheres. A surra de couro que Justina mandou Pindoba dar em Julinha não teve argumento que impedisse. Iaiá! O que é que Ioiô quer fazer com a gente que não faz? Não tinha jeito. A negra apanhou tanto que quase morreu. E ainda teve as costas feridas cobertas de sal, misturado com xerém, onde os pintos fizeram a festa. Essas eram passagens que machucavam o coração de Nonon. Ao escrevê-las, trazia para o caderno uma tentativa de denunciar a opressão vivida pelos escravos no século XIX. Tombador realça paixões proibidas que se concretizam através da loucura. É um romance em que há não um triângulo amoroso, como é muito comum na maioria dos romances, contos, peças teatrais e poemas, mas um quarteto amoroso protagonizado por Bernardino, Justina, Romão Pindoba e Julinha (BARROS, 2012, p. 178).

 

Considerações gerais sobre o romance Tombador

 

Desse extraordinário romance, extraímos informações sobre episódios da realidade sociocultural e histórica do Piauí, que aconteceram na segunda metade do século 19. Cronologicamente o romance é situado após a seca de 1845, estendendo-se até, durante e depois da guerra do Paraguai (1864-1870), maior conflito armado da América do Sul, em que o Brasil teve participação ativa. O romance Tombador aborda várias questões acerca desse conflito, entre elas o recrutamento de fazendeiros, vaqueiros e escravos em terras piauienses para, por imposição da corte, alistarem-se obrigatoriamente no Exército Brasileiro.  

No trecho a seguir, o narrador, pela voz do fazendeiro Dino, reflete acerca dos danos e das más consequências da Guerra do Paraguai em território piauiense. Para tanto, apropria-se do monólogo interior, técnica bastante usada por Dostoiévski em seus romances. O monólogo interior acontece quando a personagem conversa consigo mesmo, permitindo ao leitor conhecer suas ideias e concepções mais íntimas, sobre determinada situação. Essa técnica narrativa é largamente empregada por Fontes Ibiapina em seus contos e romances, como atesta esta passagem:

 

“Diabo! Seria possível que aquela guerra infeliz não tivesse fim nunca? Seria mesmo necessário passarem o resto da vida na chapada? Até quando durariam aquelas privações? Aqueles sofrimentos? E o mais duro de tudo era que a fazenda andava no maior dos abandonos. Legumes morrendo à falta de limpa. Os bezerros das vacas que ainda não haviam sido pegadas se acabando no mato. E eles, os homens, escondidos. Escondidos como se criminosos. Que diacho queria o Rei botando o povo do País pra brigar com o tal Paraguai? No final das contas, no fritar dos ovos, bem poucos homens batendo as pestanas para contarem a história. Quantas e quantas fazendas já caminhando para o pó? Quantos e mais quantos meninos pobres sem pai?  Quantas e mais quantas mulheres pobres sem marido? Quantos cristãos sofrendo e mais sofrendo no mato como eles? E tudo por causa da maldita guerra.” (IBIAPINA, 1971, p. 40). Nesse trecho, fica patente a luta numa guerra cuja causa muitos brasileiros desconheciam.

Mais adiante, retomando a narração em terceira pessoa, o romance mostra a situação dos sobreviventes da guerra, ao retornarem para casa, quando retornavam, em precário estado de saúde e em condições subumanas, como neste relato:

 

“Era Domingos Catingueira, um homem que voltava da morte. O homem que, graças a Deus, voltava da maldita Guerra do Paraguai. Também, só vendo. Voltava acabado. Magro, amarelo de tão pálido. Cabelos grandes. Sujo e vestido em puros quilangos. Um cristão morto em pé. Um cadáver ambulante”. (IBIAPINA, 1971, p.101).

 

                Na literatura brasileira, o romance Tombador constitui uma das fontes de informação e pesquisa sobre a história e os efeitos da Guerra do Paraguai em terras piauienses. Aqui abrimos um parêntese para destacar que a obra Contribuição do Piauí na Guerra do Paraguai, organizada pelo escritor Felipe Mendes, publicada recentemente pela Academia Piauiense de Letras, é de grande relevância para a pesquisa sobre essa guerra. A leitura dessa obra seria uma forma de o leitor aprofundar conhecimentos sobre a participação de piauienses nessa guerra, trazida à baila na ficção de Fontes Ibiapina.                   

Acompanhar a saga da personagem Bernardino de Góis, na obra Tombador é também conhecer a história de nosso antepassado escravista, sob a dominação do patriarcalismo, como eixo fundamental das relações familiares da época. Em Tombador, essa relação de dominação se reflete desde a obediência da mulher à procriação até a sexualização do corpo negro, exaltando-se sua objetificação, e deixando de lado outros valores da essência humana, como o afeto. Em Tombador, Fontes Ibiapina denuncia o discurso que aprisiona o negro na visão animalizadora e o destitui de sua humanidade, como na passagem em que Bernardino seduz a escrava Julinha:

 

“Lá na represa do açude, Julinha aguava uns canteiros de cebola e coentro. Foi quando seu Dino, passando, não se conteve sem dar uma lambida de rabo-de-olho para o lado da negra. Daquele jeito...sem as roupas de baixo... Ó mundo de tentação escancarada! [...] Naquele momento, de roupas molhadas e coladas ao corpo, Julinha não era apenas uma negra feita para o trabalho. Não senhor, uma mulher bonita, novinha em folha, feita para o amor e nada mais.” (IBIAPINA, 1971, p. 53)

 

E no trecho em que Justina seduz o escravo Romão Pindoba, persistindo a mesma relação de dominação, agora focada no   corpo negro masculino:

   

“A primeira vez foi ali mesmo dentro de casa. O negro velho dormindo na varanda, como cativo, bem despreocupado dos prazeres da vida. [...] Naquela noite, em plena escuridão, uma felicidade caminhava, nas pontas dos pés, dentro dum casarão de fazenda, rumo aos punhos da tipoia dum negro cativo de nascença. Veio vindo, babatando pelas paredes, até que chegou. [...] Quando olhava para o seu corpo (preto, bem preto) e para o de Iaiá (branco, bem branco), ô satisfação chameguenta, por parte do Sujo. Coisa quase sem explicação. [...] O negro velho ficava assim, assim... um tanto ou quanto para desconfiado. Mas logo criava alma nova. Logo ela Iaiá [lhe dizia]: Não tivesse ele a menor contrariedade por aquela diferença de cor entre eles, que aquilo era só por fora.” (IBIAPINA, 1971, p. 124).

 

O professor Gregory Balthazar, do Programa de Pós-Graduação em Educação da UNIT, assinala: “a objetificação do corpo negro remete à um legado histórico da escravidão no país. Quando o corpo negro chega ao Brasil ele é trazido como um objeto, a ser coisa de alguém. É desumanizado. As mulheres negras, para além do trabalho escravizado, tinham outra questão que era a violência sexual, como aponta as autoras Lélia Gonzalez e Ângela Davis: Quando a gente fala da objetificação, a gente fala da animalização do corpo negro. [...] ela está muito atrelada com a questão da animalidade ainda”, destaca o professor Gregory Balthazar. (2) Essa visão do negro desumanizado pode ser também constatada na seguinte passagem da obra Tombador, em que o narrador, referindo-se à personagem Bernardino, afirma:

 

Vinha casadinho de fresco. Com um pé-de-meia bem servido: uma boa ponta-de-recurso que o velho lhe dera de mão-beijada. Pra dizer, com até mais ou menos obra de para mais de meia dúzia de negros cativos, inclusive negras parideiras. (IBIAPINA, 1971, p. 9).

 

 A imagem da mulher como um ser frágil, incapaz e de natureza inferior à do homem é mais um elemento dessa visão patriarcalista, como nesta passagem em que o narrador dá também destaque à discriminação social da mulher:  

“Bernardino vivia em tempo de perder a bola de tanto pensar. E se impressionava:

- E as mulheres, Pindoba? Que diacho está fazendo aquele lote de negras?

- Quase nada, seu Dino. Pra bem dizer, nada mesmo.  buzungando. Mas é que rabo-de-saia não bota serviço de roça pra frente. Eu só queria que o senhor visse, pra melhor acreditar. Agora foi que limparam um tampozinho de terra no partido de milho. Até parece mais um espojeiro de jumento. De tão pequeno, dá pra se cobrir com um lençol. Rabo-de-Saia não bota serviço de roça pra frente.” (IBIAPINA, p. 41).

                 

Conclusão

               

                Memória, história e oralidade ocupam lugar de destaque na obra Tombador de Fontes Ibiapina. Nesse sentido, cabe citar Massaud Moisés, ao afirmar que

 

A arte literária [...] não se reduz apenas a uma forma banal de entretenimento. Quando é entretenimento, é-o duma forma superior, visto que o jogo e a arte jamais se separam. Entretanto, mais do que forma elevada de recreação, a Literatura constitui uma forma de conhecer o mundo e os homens: dotada duma séria “missão”, ela colabora para o desvendamento daquilo que o homem, conscientemente ou não, persegue durante toda a existência.  (MOISÉS, 1970, p. 28).

 

Ambientado no Piauí no século 19, a obra Tombador não se limita apenas à narração de uma história, com começo, meio e fim, mas à construção de uma literatura como fonte de conhecimento para a compreensão de nosso passado e das transformações socioculturais do nosso meio. Sua expressão literária, sem convencionalismos, resulta do contato direto com o homem rude, da vivência com o meio provinciano e de uma extraordinária experiência de vida.

Concluo este ensaio, com as palavras do prof. Elson de Assis Rabelo, para quem “Fontes Ibiapina era ouvinte da fala do povo – [ciente de que] os cometas se chamavam Estrelas-de-rabo - e que sua erupção no céu em momentos inapropriados, fora das horas das ave-marias, era o anúncio dos piores contratempos. [...] Que maus agouros o escritor esperava prever?:

Numa noite de abril de 1986, o cometa Halley cruzava o céu do hemisfério sul, podendo ser visto a olho nu por qualquer observador. Naquela noite, junto a uma lagoa, distante das luzes urbanas, um juiz esperava vigilante pela passagem do astro luminoso. Poucas horas depois, o mesmo juiz morreria, vítima de enfarto.” (4)

 

 

*Carlos Evandro Martins Eulálio é professor de Latim, Literatura, Língua Portuguesa e membro da Academia Piauiense de Letras.  Este ensaio constitui o roteiro das palestras proferidas no Salão do Livro de Valença – 2022 (SALIVA), no dia 15/9/22 e no Salão do Livro de Parnaíba (SALIPA) no dia 24/9/22. 

 

NOTAS

 

(1) João Nonon de Moura Fontes Ibiapina, nasceu no dia 14 de junho de 1921, na fazenda Lagoa Grande, a 12 km de Picos. Formado em Ciências Jurídicas e Sociais pela Faculdade de Direito do Piauí (turma de 1954).  Além de jornalista e escritor, seguiu a magistratura. Foi Juiz de Direito em várias comarcas do Piauí, a última em Parnaíba, onde publicava semanalmente artigos de crítica nos jornais, exercia o magistério, participava de toda a vida intelectual da cidade e, como tal, ajudou a fundar a Academia Parnaibana de Letras, sendo um dos seus presidentes. Pertenceu à cadeira nº 9 da Academia Piauiense de Letras, cujo patrono é o médico e poeta Alcides Freitas. Faleceu em Parnaíba, no dia 10 de abril de 1986.

 

(2) Esse movimento aconteceu no início da década de 1960, e tinha por objetivo viabilizar a publicação de obras históricas e literárias. Contava com a participação dos intelectuais Odilon Nunes (1899-1989), Monsenhor Joaquim Chaves (1913-2007), José Camillo da Silveira Filho (1927-2004), Raimundo José dos Reis, José Ribeiro e Silva, Maria Nerina Castello Branco e outros (1934). (FARIAS, 2014, p. 118/119).

 

(3) Em entrevista ao acadêmico Alcenor Candeira Filho, Fontes Ibiapina, referindo-se ao Ciclo do Couro, nele incluía os romances Sambaíba, Tombador, Nas Terras do Arabutã e Vida Gemida em Sambambaia, obras que constituem a “Tetralogia do Couro” (REBELO, 2008, p. 72).

 

(4) RABELO, Elson de Assis. 2008, p. 130.

 

REFERÊNCIAS

 

BARROS, Eneas do Rêgo. Nonon: o menino da Lagoa Grande. Teresina, 2012.

 

BORGES, João Carlos de Freitas. Renato Castello Branco e a busca de uma essência da civilização piauiense: História, Identidade e Literatura. Anais do III Seminário Internacional História e Historiografia. X Seminário de Pesquisa do Departamento de História – UFC - Fortaleza, 01 a 03 de outubro de 2012.

 

FARIAS, Vanessa Soares Negreiros. A trajetória de um homem-cultura, in Conversa com M. Paulo Nunes, org. Terezinha Queirós. Teresina, EDUFPI, 2014.

 

MENDES, Felipe (org.) Contribuição do Piauí na Guerra do Paraguai. Teresina: Academia Piauiense de Letras, 2022. Coleção Bicentenário da Independência.

 

MOISÉS, Massaud. A criação literária. 3ª ed. São Paulo: Melhoramentos, 1970,

 

RABELO, Elson de Assis. A História entre Tempos e Contratempos: Fontes Ibiapina e a obscura invenção do Piauí. (Tese de mestrado) Universidade Federal do Rio Grande do Norte – RN, Natal, 2008.

 

RODRIGUES, Walter Hugo de Souza. Desmitificando a sensualidade naturalizada do ébano: Um estudo acerca da objetificação do corpo do homem negro. Cadernos de Gênero e Tecnologia. https://periodicos.utfpr.edu.br/cgt, acessado em 14.9.2022

SANTOS, Jady Rosa dos. O nosso corpo é o tempo todo objetificado. https://portal.unit.br. Acessado em 13/9/2022.

 

SOUZA, Warley. Romance regionalista; Brasil Escola. Disponível em https://brasilescola.uol.com.br/literatura/romance-regionalilsta.htm. Acesso em 6/9/2022.   

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