A CADELA, A ELEFANTA E O BURRO
Elmar Carvalho
Nesta sexta-feira, 13, deste
corrente mês, cujo dia seria dupla ou triplamente aziago, por ser sexta-feira,
por ser dia 13, e por ser agosto, que os supersticiosos consideram mês
agourento, enquanto esperava ser atendido pelo barbeiro e irmão maçônico Chagas
Vieira, fiquei folheando um jornal de uma denominação religiosa.
Nele, li uma matéria sobre
prótese em animais. Um dos casos se referia a uma cadela que, por causa de uma
hérnia de disco, acabou perdendo o movimento das patas traseiras. Sua dona não
a abandonou e não aceitou sacrificá-la. Envidou esforços, com considerável
gasto de dinheiro e tempo, em tratamentos, que não surtiram o desejado efeito.
Mas a guardiã da cadela conseguiu fosse feito um engenhoso aparato que lhe dava
sustentação, e permitia que ela, com as patas dianteiras, se locomovesse, e até
mesmo corresse, nos momentos em que se encontrava mais alegre e eufórica.
O outro caso abordado era o de
uma elefanta, que tivera uma das patas dianteiras mutilada, por causa da
explosão de uma mina terrestre, espalhadas por causa dessas guerras fratricidas
e completamente insanas, como são todas ou quase todas as guerras. Cientistas
conseguiram desenvolver uma prótese, semelhante às usadas pelos seres humanos,
que lhe permitiram voltar a andar. O caso aconteceu quando a elefanta tinha
apenas sete meses.
O fato é que os animais vêm
sofrendo muito por causa das ações humanas, como desmatamentos, queimadas,
caçadas, acidentes provocados pelo trânsito nas estradas, etc. Felizmente, além
dos insensíveis, egoístas e perversos, que cometem verdadeiras atrocidades
contra os nossos irmãos menores, existem os que são legítimos anjos da guarda
dos animais, e lhes dispensam todo cuidado, carinho e amor, às vezes até com
sacrifício pessoal.
Ao sair da barbearia, fui fazer
minha caminhada. Quando retornava, vi um homem fazendo o burro que puxava sua
carroça correr, ao girar o chicote. Suponho que o animal temia ser açoitado, e
por isso seguia a galopar. Ora, depois de um dia inteiro de trabalho, em prol
do sustento do carroceiro e de sua família, evidentemente já cansado das cargas
que deve ter conduzido, ainda tinha que fazer um esforço enorme com a corrida,
para que o seu dono se desse ao luxo de voltar mais rapidamente para casa.
13 de agosto de 2010
Pois é, ilustre Elmar, quanta violência e maus tratos com os animais, principalmente, com os que conduzem carroças. Uma vereadora de Teresina propôs uma lei proibindo isso, mas foi vetado pela anta do Prefeito, que visando só o voto, não está preocupado. Lamentável! com essa situação.
ResponderExcluirÓtimo texto, Poeta. Venho pagando a longos anos o mau que fiz às rolinhas quando criança, quando adotei a profissão de caçador. Há mais de cinco anos venho alimentando diariamente uma centena delas no meu terraço. E aprecio um belo espetáculo todas as manhãs quando elas se postam nos fios elétricos, muros e telhados e soltam o seu canto. Não sei se é de alegria e agradecimento, pelo alimento encontrado, ou um chamado solidário para seus pares.
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