sexta-feira, 5 de julho de 2024

A CADELA, A ELEFANTA E O BURRO

 

Fonte: Google

A CADELA, A ELEFANTA E O BURRO


Elmar Carvalho

 

Nesta sexta-feira, 13, deste corrente mês, cujo dia seria dupla ou triplamente aziago, por ser sexta-feira, por ser dia 13, e por ser agosto, que os supersticiosos consideram mês agourento, enquanto esperava ser atendido pelo barbeiro e irmão maçônico Chagas Vieira, fiquei folheando um jornal de uma denominação religiosa.

 

Nele, li uma matéria sobre prótese em animais. Um dos casos se referia a uma cadela que, por causa de uma hérnia de disco, acabou perdendo o movimento das patas traseiras. Sua dona não a abandonou e não aceitou sacrificá-la. Envidou esforços, com considerável gasto de dinheiro e tempo, em tratamentos, que não surtiram o desejado efeito. Mas a guardiã da cadela conseguiu fosse feito um engenhoso aparato que lhe dava sustentação, e permitia que ela, com as patas dianteiras, se locomovesse, e até mesmo corresse, nos momentos em que se encontrava mais alegre e eufórica.

 

O outro caso abordado era o de uma elefanta, que tivera uma das patas dianteiras mutilada, por causa da explosão de uma mina terrestre, espalhadas por causa dessas guerras fratricidas e completamente insanas, como são todas ou quase todas as guerras. Cientistas conseguiram desenvolver uma prótese, semelhante às usadas pelos seres humanos, que lhe permitiram voltar a andar. O caso aconteceu quando a elefanta tinha apenas sete meses.

 

O fato é que os animais vêm sofrendo muito por causa das ações humanas, como desmatamentos, queimadas, caçadas, acidentes provocados pelo trânsito nas estradas, etc. Felizmente, além dos insensíveis, egoístas e perversos, que cometem verdadeiras atrocidades contra os nossos irmãos menores, existem os que são legítimos anjos da guarda dos animais, e lhes dispensam todo cuidado, carinho e amor, às vezes até com sacrifício pessoal.

 

Ao sair da barbearia, fui fazer minha caminhada. Quando retornava, vi um homem fazendo o burro que puxava sua carroça correr, ao girar o chicote. Suponho que o animal temia ser açoitado, e por isso seguia a galopar. Ora, depois de um dia inteiro de trabalho, em prol do sustento do carroceiro e de sua família, evidentemente já cansado das cargas que deve ter conduzido, ainda tinha que fazer um esforço enorme com a corrida, para que o seu dono se desse ao luxo de voltar mais rapidamente para casa.  

13 de agosto de 2010

2 comentários:

  1. Pois é, ilustre Elmar, quanta violência e maus tratos com os animais, principalmente, com os que conduzem carroças. Uma vereadora de Teresina propôs uma lei proibindo isso, mas foi vetado pela anta do Prefeito, que visando só o voto, não está preocupado. Lamentável! com essa situação.

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  2. Ótimo texto, Poeta. Venho pagando a longos anos o mau que fiz às rolinhas quando criança, quando adotei a profissão de caçador. Há mais de cinco anos venho alimentando diariamente uma centena delas no meu terraço. E aprecio um belo espetáculo todas as manhãs quando elas se postam nos fios elétricos, muros e telhados e soltam o seu canto. Não sei se é de alegria e agradecimento, pelo alimento encontrado, ou um chamado solidário para seus pares.

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