Fonte: Blog Super Campo Maior |
Síntese de Campo Maior nas décadas de 70/80
Domingos José de Carvalho (*)
A
benevolência, fruto da amizade adquirida ao longo dos anos, aliada aos laços
familiares, talvez tenha sido o motivo pelo qual Elmar, desta vez, me convida
para tecer comentários sobre nossa Campo Maior dos meados de 70/80, em razão de
sua nova produção literária – Histórias de Évora – romance que ficcionalmente
nos mostra aspectos urbanísticos, socioeconômicos, culturais, esportivos e
políticos vivenciados naquelas épocas.
Exatamente
em 1970 aportei em nossa urbe, bacharelado em Medicina com a firme determinação
de através de minha profissão me inserir no contexto social e poder contribuir
com o desenvolvimento campomaiorense.
Com o olhar
e a memória retrocedendo a mais de quatro décadas, é possível que caiam na vala
do esquecimento fatos de qualquer natureza, componentes da realidade vivida
naquelas décadas.
No tocante a
política partidária, o Brasil estava engolfado em severa crise institucional,
com a casta militar assumindo o poder, governando através de atos
institucionais, cerceando liberdades inseridas no texto constitucional.
A sociedade
campomaiorense, por ser conservadora, na sua imensa maioria apoiava o regime
vigente. Poucas pessoas que não concordavam com o modo de governabilidade foram
reclusas em quartéis de Teresina. As disputas pelo poder local se restringiam
apenas a dois partidos políticos consentidos pelo regime. De modo geral a paz
reinava em todos os sentidos.
Criminalidade
baixa, assalto a mão armada era coisa dos grandes centros urbanos. Os veículos
eram poucos, apenas os mais potentados possuíam. O transporte urbano se
massificava no uso de bicicletas.
Nesse
período as lambretas e vespas começavam a povoar nossas ruas e avenidas. No
meio rural as montarias predominavam. A partir dos anos 80, com a indústria
automobilística em desenvolvimento e o crédito mais acessível, a população
começa a utilizar veículos automotores em grande escala. O transporte coletivo
para Teresina era patrocinado por ônibus oriundos de cidades do norte do estado
e também pela empresa local “Zezé Paz”.
A arquitetura
da cidade, já naquela década, vinha sendo agredida de forma acentuada,
especialmente na praça Bona Primo, onde ficava plantado importante grupo de
casarões com estilo influenciado pelo domínio colonial português. A ignorância
e a falta de sensibilidade para preservação dessa relíquia arquitetônica
acarretavam sua paulatina degradação. O poder público era omisso, não havia uma
lei para proteger e preservar o patrimônio arquitetônico.
A Zona
Planetária, de tanto significado histórico e social, foi totalmente destruída.
A ganância imobiliária falou mais alto que a preservação do local mais
significativo da vida boêmia campomaiorense, muito bem comentada nesta obra.
O açude
grande sofreu muitas intervenções. Os poços que margeavam o esplêndido espelho
d’ água foram soterrados, dando início a várias modificações como a construção
da atual Alameda Dirceu Arcoverde, churrascarias, bares e lanchonetes.
O mercado
público da praça Luís Miranda foi demolido para construção da atual Prefeitura
Municipal. A antiga e bela sede da Prefeitura, localizada na Praça Bona Primo,
veio a ruir por desleixo da administração municipal que, posteriormente,
transformou o local no Espaço Cultural D. Abel Alonso Nunez, nosso operoso e
querido 1º bispo diocesano.
Durante décadas
Campo Maior construiu seu progresso às custas de dois vetores econômicos: o
extrativismo da cera de carnaúba e a pecuária extensiva. Razão do topônimo de
Campo Maior, como “Terra dos Carnaubais” e “Terra da Carne de Sol”.
O preço
desses produtos despencou no mercado refletindo diretamente na nossa economia.
O Fripisa – frigorífico industrial – encerrou suas atividades acarretando
desemprego e diminuição de arrecadação de tributos.
A
agricultura era de pouca expressão econômica, apenas de subsistência familiar.
O comércio, associado ao setor e serviços, passou a manter o status adquirido
no apogeu dos ciclos pastoril e da cera de carnaúba.
O telefone,
instrumento importante do moderno nas comunicações, era privilégio de poucas
famílias, utilizado pelas firmas comerciais e órgãos públicos.
A parte
urbanística, composta de ruas avenidas, açude grande e seis praças no centro da
cidade, sofreu alterações significativas.
A praça Bona
Primo, defronte à matriz – catedral de Santo Antônio, é a maior, mais bonita e
bem cuidada, dividida em vários canteiros de formas geométricas, com bancos
onde os namorados pontificavam para seus colóquios amorosos.
O centro da
praça arredondado com grama natural servia para a petizada jogar futebol e nos
festejos do padroeiro instalava-se o leilão para arrematação de joias.
Em seu redor
permanece quase incólume o mais belo sítio arquitetônico da cidade, com
casarões e sobrados no belo estilo colonial lusitano.
A praça Rui
Barbosa, situada nos fundos da Igreja Matriz, palco de encontro da juventude,
dos flertes e futuros namoros. Em seu derredor alguns bares tradicionais como o
Bar Santo Antônio de propriedade do Sr. Antônio Bona Neto, conhecido
popularmente como Antônio Músico, local de encontro dos senhores agropecuaristas,
comerciantes e profissionais liberais a discutir os últimos acontecimentos na
política, economia e vida social.
Os jovens o
frequentavam para jogar sinuca e bilhar, atendidos gentilmente pelos
funcionários Puaca e Penha.
A
Petisqueira, de propriedade da Sra. Rosita, servia cervejas e destilados, bem
como sorvetes, picolés e salgados. Possuía uma amplificadora através da qual os
enamorados enviavam mensagens e declarações sentimentais, acompanhadas de
músicas românticas. O Bar Eldorado servia sua clientela com picolés, sorvetes,
sucos, guaraná, cervejas, destilados e restaurante.
A praça do
Rosário homenageia N. S. do Rosário, cuja Igreja foi erguida em seu nome. Sua
atividade religiosa se restringia ao novenário com leilões e alguns atos
religiosos esporádicos.
Nos festejos
de Santo Antônio instavam-se barracas vendendo bebidas e comidas regionais.
De pequeno
porte, a Praça José Miranda semiabandonada, iluminação precária, canteiros sem
flores ou plantas ornamentais, apenas frondosos oitizeiros. A firma Moraes S/A
tinha filial em uma de suas esquinas. A Praça Gentil Alves merece destaque pela
edificação do Teatro Municipal Sigefredo Pacheco, com linhas arquitetônicas de
inspiração franciscana, desconfortável, de pouca serventia sociocultural.
A praça Luís
Miranda se sobressaía pelo Mercado Municipal, a Torre do Relógio e posto de
combustível Esso, cuja construção possuía um lajão onde cantores se exibiam.
Merece registro a sede das filiais da Casa Inglesa e Casa Marc Jacob. O prédio
da Casa Inglesa foi demolido para construção da sede do Banco do Brasil S/A,
bem como a torre do relógio e o mercado, em cujos locais foi construído moderno
prédio, sede atual da Prefeitura.
O novo
Mercado Municipal foi construído entre a Av. Demerval Lobão e a rua Senador
José Euzébio, com instalações e higiênicas.
No tocante
aos esportes, Campo Maior, Campo Maior despontava como grande polo
futebolístico, com duas agremiações que faziam a alegria dos torcedores,
Comercial e Caiçara, acirrando o ânimo das torcidas apaixonadas. Comercial
recebia a preferência das famílias abastadas, dos comerciantes, enquanto seu
rival, Caiçara, alcançava a classe operária e profissionais liberais, a paixão
forte pelas suas cores. Futebol de salão bastante praticado pelos jovens.
Na parte
social destacavam-se: o Iate Clube, às margens do Açude Grande, formado pela
elite econômica e cultural, patrocinava grandiosas festas com orquestras de
nível nacional e internacional, o Campo Maior Clube, localizado na Praça Bona
Primo, possuía quadro social mais eclético, quase todas as classes sociais
participavam das excelentes festas ao som de conjunto renomados. Era o
preferido pelos rapazes e moças nos seus namoricos e amassos.
A classe
operária encontra no Grêmio Recreativo o clube para realizar animadas festas e
outras manifestações festivas e culturais.
Completavam
a vida social os trabalhos do Rotary e Lions Clube, o Grupo de Escoteiros, o
núcleo das Bandeirantes e o Sol Clube com seu quadro social formado pelas damas
mais representativas da sociedade.
Importante
ressaltar os trabalhos da secular, augusta e sábia Ordem Maçônica, que acolhia
no interior dos templos seus filiados das lojas Costa Araújo e Araújo Chaves,
obediência da Sereníssima Grande Loja do Piauí e da Loja Fraternidade Campomaiorense,
sob os auspícios do Grande Oriente do Brasil – PI.
Os
aficionados por cinema encontravam no Cine Nazaré, de propriedade do Sr.
Zacarias Gondim, o local para assistir a películas de todos os gêneros.
Referindo-nos
aos restaurantes da cidade, citamos a Churrascaria do João da Cruz e a do
Manoelzinho servindo comidas típicas – maria isabel, paçoca e saborosos
churrascos.
Algumas
casas de pasto ficavam na Zona Planetária, destacavam-se os restaurantes da
Toinha do Peixe, João Maria, Manoel Sabino e a concorrida panelada do Cabula.
De propriedade do Sr. Décio Bastos, o Bar Eldorado oferecia a sua fiel
freguesia a melhor cozinha da cidade. No povoado Alto do Meio, o restaurante do
Chico Nunes nos brindava com deliciosos pratos à base de capote.
Os leilões
de arrecadação eram frequentes, para ajudar pessoas necessitadas,
principalmente na área de saúde.
Outro
aspecto predominante nos hábitos da cidade: algumas famílias, após o jantar,
formavam “rodas”, quando familiares, amigos e vizinhos se encontravam para
“jogar conversa fora”, tomar cafezinho e saborear guloseimas.
A
reviravolta nos hábitos e costumes chegou avassaladoramente com a energia de
24h e a Televisão, que a princípio era privilégio de famílias de maior poder
aquisitivo e paulatinamente foi entrando nos lares das camadas mais pobres. No
rastro das novelas e noticiários da TV, a informação atingia todas as classes
estratificadas da sociedade, mudando hábitos arraigados secularmente. As
relações entre os pares das famílias sofreram bruscas modificações.
No tocante à sexualidade, as mudanças
foram impactantes
A sociedade
aceitava, permitia e até incentivava a prática sexual para rapazes, mas,
diferentemente se comportava com relação às mulheres, reprimindo-as com
veemência.
As relações sexuais
para as mulheres somente eram consentidas no matrimônio e preferentemente no
religioso. Algumas, que não seguiam essa recomendação, ficavam marginalizadas
na sociedade e muitas vezes pela própria família.
A zona do
meretrício era fartamente suprida de novas concubinas por essas infelizes moças
ao transgredir esses preceitos, frutos de uma orientação religiosa
conservadora.
Raramente
encontrávamos mãe solteira nas camadas ditas da alta sociedade, quando ocorriam
eram estigmatizadas, deixavam de frequentar os clubes e outros e outros
acontecimentos sociais de relevo. Essas mulheres relegadas, muitas vezes
expulsas do lar, não tinham outra opção, seus destinos estavam traçados, eram
lançadas no infortúnio da prostituição.
A prática de
amancebar-se era comum entre os homens solteiros e casados. A sociedade fazia
vista grossa, aceitava esse grave delito com resignação. O patriarcado
predominava. As mulheres aos poucos começaram a ascender ao mercado de trabalho
e com a chegada da pílula anticoncepcional veio a redenção sexual para as
donzelas, o medo de uma gravidez indesejada ficou nas brumas do passado.
Os
homossexuais masculinos eram discriminados, sofriam humilhações, chegando às
agressões físicas, motivando o enrustimento de alguns e alguns casamentos
fracassados; quanto às mulheres, a sociedade era mais condescendente, mais
tolerante.
Além da Zona
Planetária, merece citação o prostíbulo da Zabelona, localizado no Campo do
Pacífico; outro lugar badalado, e muito frequentado – a Venezuela, lupanar que
funcionava em uma pequena chácara nos arredores da cidade, ambos em franco
declínio.
O
caleidoscópio musical da época sofreu importante modificação com a influência
dos cabeludos Ingleses Beatles, protagonistas da maior revolução musical do
século passado, bem como o som da Tropicália dos baianos Gilberto Gil, Caetano
Veloso, Capinam e do piauiense Torquato Neto, que ganhou relevo nas vozes de
Gal Costa e Maria Betânia; merece destaque o movimento da Jovem Guarda,
capitaneada por Erasmo Carlos e Roberto Carlos e a cantora Vanderleia.
Da zona sul
carioca novo ritmo contagiava o país: era a Bossa Nova do maestro Tom Jobim,
João Gilberto, Baden Powel, poeta Vinicius de Moraes. Nessa época fomos
contemplados com a belíssima obra musical de Chico Buarque de Holanda.
Do exterior,
oriundo da América do Norte, chegou o Rock in Roll, liderado pela figura
carismática de Elvis Presley, com seus requebrados, cabeleira de trunfa
exuberante e recheadas costeletas, angariou adeptos e muitos o imitaram.
Na Zona
Planetária e outros cabarés, os cantores preferidos eram Nelson Gonçalves,
Waldick Soriano, Roberto Muller, Agnaldo Timóteo, Altemar Dutra e outros,
interpretando músicas românticas, sentimentais, adequadas ao público
frequentador. As cantoras preferidas eram Ângela Maria, Núbia Lafaiete e Maísa
Matarazzo.
Cantores
outros eram ouvidos e possuíam aceitação entre os jovens, como Jerry Adriani,
Vanderley Cardoso, Jair Rodrigues, Rita Lee, Elis Regina.
Esses
artistas influenciaram a juventude na maneira de vestir e se comportar; os
rapazes usando calças “boca de sino”, cintos com grandes fivelas, cabelos
longos, outros, com costeletas. As mulheres usando minissaias. Mudanças no
vocabulário com gírias, que caíram no gosto da juventude. Fumar era glamoroso,
incentivado por propagandas esmeradas na TV, estimulavam os jovens ao uso do
tabaco; ingestão de bebidas alcoólicas tinha o beneplácito da sociedade.
Os
concorridos bailes e tertúlias no Campo Maior Clube eram atrações para as
fofoqueiras de plantão nos “serenos”, com suas línguas ferinas, comentavam por
muitos dias o comportamento dos casais dançando, principalmente quando as luzes
diminuíam de intensidade, ficando o ambiente na penumbra, ao som de músicas
românticas, ficavam abraçados, com os corpos mais colados, rostos a se tocarem,
beijos furtivos, mordidas na orelha, num enlevo, onde amor, ternura e carinho
tornavam aqueles momentos de indizível prazer para os enamorados.
O Iate Clube
patrocinava as famosas quadrilhas juninas e estupendos bailes com orquestras famosas
de nível internacional e nacional, seu corpo social era composto pela elite,
com severas restrições para ingresso de novos membros.
O Grêmio
Recreativo era o clube da classe operário, patrocinava animados e concorridos
bailes e tertúlias, com o passar do tempo foi aos poucos sendo frequentado por
toda a sociedade.
Os
Universitários, na década de 70, fundaram a AUCAM – Associação dos
Universitários de Campo Maior, entidade de cunho cultural, lazer e esportes,
realizando anualmente a Semana Universitária, promovendo palestras, torneios
esportivos, diversos shows, encerrando com grande festa.
A
religiosidade do povo campomaiorense tem na figura de seu padroeiro Santo
Antônio, a viga mestra para o predomínio da Igreja Católica Romana no seio da
sociedade urbana e rural. No trezenário em sua homenagem, de 01 a 13 de junho,
as novenas lotavam a Matriz; a parte social ficava por conta dos leilões,
barracas com bebidas variadas, comidas típicas, jogos de azar, ambulantes e
parque de diversões para o congraçamento das famílias. Nesse período centenas
de campomaiorenses retornavam à terra natal para rever parentes e amigos, como
também render graças e pedir proteção ao santo de sua devoção. Conhecido como
santo casamenteiro, venerado pelas jovens e balzaquianas, apelando com orações
os pedidos de casamentos.
Dois
sacerdotes de ilibada compostura moral, retidão de caráter, sólida formação
teológica e humanística dirigiram a paróquia de Santo Antônio.
Padre Mateus
Cortez Rufino chegou a Campo Maior nos anos 40, foi recebido com hospitalidade
pela população, mas aos poucos angariou a confiança e simpatia dos paroquianos,
mercê de suas virtudes de bom administrador, orador sacro contagiante, dominava
o vernáculo como poucos, professor de Latim e Português. Na minha modesta
ótica, o considero a maior liderança transformadora da sociedade
campomaiorense, quando teve a visão de implantar mecanismos preparatórios para
o desenvolvimento socioeconômico e religioso desta terra, destacando a fundação
do Ginásio Santos Antônio, da Escola Normal e Escola Técnica de Comércio,
formando e preparando gerações de jovens para um futuro promissor; na saúde
fundou o Hospital São Vicente de Paula; no campo social fundou o Prato dos
Pobres, distribuindo sopa aos mais necessitados; na seara religiosa, teve a
coragem de demolir a antiga Igreja, liderando campanha para edificação de um
dos mais bonitos e imponentes templos católicos do nosso estado, atual Catedral
de Santo Antônio. Criou várias associações religiosas; peregrinou pelo interior
levando os ensinamentos do Evangelho e da fé Cristã.
Sucedeu-lhe
o Pe. Isaac Vilarinho, grande esteio de fé apostólica, culto, orador de largos
recursos, professor, conduta ética irrepreensível. Iniciou sua vida sacerdotal
como auxiliar de Mons. Mateus e anos depois assumiu em definitivo a Paróquia de
Santo Antônio.
As Igrejas
Evangélicas, de escassa penetração nas famílias, poucos adeptos frequentavam os
templos das Igrejas Batista e Assembleia de Deus.
Na área da
saúde a população era assistida pelo SAMDU e Posto de Saúde do Sesp, ambos
federais; a maternidade Sigefredo Pacheco e Hospital São Vicente de Paula, que
encerrou suas atividades em dezembro de 1971. O Estado do Piauí inaugurou em 02
de janeiro de 1972 os trabalhos do Hospital Regional de Campo Maior.
Educação
era servida por várias unidades escolares de responsabilidade do Estado e
Município, bem como a iniciativa privada principiava timidamente sua
participação neste setor.
A
Universidade Estadual implantava um Campus Universitário, oferecendo alguns
cursos de bacharelado.
A história
nos ensina que as mudanças ocorridas em todas as civilizações são um processo
natural, evolutivo, no ramo das ciências, das artes e cultura dos povos.
Campo Maior
também nesses últimos 27 anos seguiu alguns preceitos evolutivos, não estagnou,
progrediu em muitos aspectos, permaneceu porém estratificada no caráter de seu
povo a religiosidade cristã, princípios de honestidade e simplicidade, de ser
ordeiro, hospitaleiro e trabalhador, orgulhoso do feito de seus antepassados,
que com elevado espírito de civismo derramaram seu sangue em prol da
independência do Brasil, das amarras do colonialismo português.
O livro
Histórias de Évora é um relicário ficcional de Campo Maior nos anos 70/80, alguns
personagens do livro são facilmente reconhecidos, assim como logradouros,
clubes e cabarés.
O leitor
campomaiorense que viveu naquele período por certo notará a retratação de nossa
cidade nas páginas deste belo romance.
(*) Domingos José de Carvalho é
médico, escritor e membro das Academias: de Letras do Vale do Longá, Maçônica
de Letras do Estado do Piauí e Campomaiorense de Artes e Letras.
O vertente discurso foi pronunciado
no dia 07/07/2017 no Auditório do SESC/Campo Maior, por ocasião do lançamento
do romance Histórias de Évora.