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Na madrugada de um certo inverno
Chico Acoram Araújo
Poeta, cronista e historiador
Na madrugada de um certo inverno.
A noite por um fio.
Acordei. A essas horas, ainda no
turvo?
O galo mudo, pássaros bem
quietinhos, sequer um pio!
Os galhos das árvores balouçando
lá fora - obscuro.
Escuto um agradável ruído naquela
quase manhã.
Será chuva? Será o vento nas
folhas das palmeiras?
Ou será a suave brisa vinda do
Marataoan?
Fui olhar. Chovia de mansinho.
Alvissareiras!
Frias gotas d´água caíram no meu
rosto, a abolhar.
Na noite anterior, minha mãe
falou: vai chover!
Quantas saudades, meu Deus, da
janela a chuva contemplar!
Um rio de lembranças inunda o meu
ser,
Ouvir o cair da chuva no teto da
casa de palha,
Nos dias de aguaceiros em um belo
amanhecer.
Fonte: Portal Entretextos
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