Reminiscência
Ao
poeta Alcenor Candeira Filho
V. de Araújo (1950)
A casa está vazia...
a varanda,
o quarto,
a sala...
onde está o quadro,
o sorriso parado de meu pai?
A cama está vazia...
onde está a dama
que dormia na cama,
que beijava o rosto cansado,
o rosto sem mácula do meu pai?
O jarro está vazio...
onde está a flor,
a margarida tão bela,
que ornamentava a janela
da sala de estudo do meu pai?
A praça está vazia...
o coreto,
o passeio,
o aquário,
o banco...
onde está a Banda
que tocava samba,
batuque de breque,
alegrando meu pai?
A casa,
a cama,
o samba,
a praça (lutuosa e bela)
reminiscências de um gênio que se
foi.
Fonte: Poemágico, 1985
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