1ª foto: solenidade de posse de Elmar Carvalho na presidência do D. A. "3 de Março", vendo-se Jorge Araújo, Elmar, Fonseca Neto, Horácio Mourão e Lindalva. 2ª foto: solenidade de posse de Elmar Carvalho na Academia Parnaibana de Letras, vendo-se Fernando Mendes, Antônio de Pádua Ribeiro dos Santos, Canindé Correia, Lauro Correia, Alcenor Candeira Filho, Elmar, capitão dos Portos e Djalma Lacerda.
5 de fevereiro
de 2010 Diário Incontínuo
AS LUTAS DE
LAURO CORREIA
Elmar Carvalho
Esta madrugada,
sem que eu saiba o motivo mais imediato, sonhei com o Dr. Lauro Andrade
Correia, numa situação relacionada com educação e vestibular. Mas não recordo
os detalhes do sonho. Esse cidadão pertence a importante estirpe oriunda do Rio
Grande do Norte, que chegou ao litoral piauiense em 1863, portanto há quase 150
anos. Teve importantes membros, que exerceram elevadas funções, mesmo em nível
nacional, cuja enumeração não cabe na moldura de um diário.
Vários foram
prefeitos de Parnaíba, inclusive o Dr. Lauro Correia, grande tribuno,
intelectual e escritor, cidadão probo e digno, sempre cavalheiro no trato
pessoal. Metódico e organizado, em sua gestão à frente do município de
Parnaíba, institucionalizou a bandeira, o hino e o brasão municipais, além de
ter contribuído para a legislação local, tomando a iniciativa de leis
relacionadas com a postura municipal e o plano diretor da cidade. Construiu o
Centro Cívico, em local próximo ao belo Colégio das Irmãs, nas proximidades da
bem arborizada Praça São Antônio, sombreada pelos frondosos e vetustos
oitizeiros.
Em seus 85
anos, como intelectual e cidadão participativo, ainda prossegue em sua campanha
civilista, em prol da construção do porto de Luís Correia, que parece ser tão
interminável quanto o manto de Penépole, e em favor da navegabilidade e
conservação do Rio Parnaíba, que cada vez mais vem se degradando de forma
contínua, por causa do desmatamento das matas ciliares, da poluição e da
agricultura de manejo predatório, que visa apenas ao lucro fácil e
imediato.
Quando assumi a
presidência do Diretório Acadêmico “3 de Março”, em 1978, Dr. Lauro, além de
presidente da FIEPI, diretor do SESI e diretor administrativo da indústria
Moraes S/A, era o diretor do Campus
Ministro Reis Velloso – UFPI, ao qual, no regime militar de então, era
vinculada a agremiação acadêmica. No auge de minha juventude e entusiasmo, no
dia de minha posse, com a presença de vários estudantes vindos de Teresina,
entre os quais o hoje historiador e professor Fonseca Neto, fiz inflamado e
combativo discurso, em que prometi, seguindo a tendência da época, reformar o
estatuto da entidade, para desatrelá-la da administração da UFPI, o que de fato
consegui fazer.
Logo no dia seguinte
ou um pouco depois, Dr. Lauro solicitou-me uma reunião entre ele e a minha
diretoria. Nesse encontro, com a sua lhaneza de sempre, com o seu raciocínio
lógico e fundamentado, falou do bom entendimento que deveria existir entre a
direção do campus e o diretório acadêmico. Devo dizer que mantivemos um bom
relacionamento administrativo, e que ele me ajudou em vários eventos e
realizações de minha gestão, como a recuperação dos equipamentos de jogos,
frete do ônibus que conduzia estudantes para o campus, impressão de coletânea
de poemas e cartaz poético, realização de torneio futebolístico, passeio turístico a Barras, jornada
universitária, ciclo de palestra, curso de férias, etc.
Passei a
admirá-lo e me tornei seu amigo nesses longos anos. Procurei seguir muitas de
suas lições. Terminei estreitando amizade com seus filhos Israel, poeta,
professor universitário e compositor de mérito, e Gardênia. Muitos anos depois,
tive a honra de assumir cadeira da Academia Parnaibana de Letras, quando ele
era o seu dinâmico presidente, de cujo silogeu foi um dos fundadores.
Sucedi a
monsenhor Antônio Monteiro de Sampaio, um dos maiores oradores sacros do Piauí,
que foi também um de meus antecessores na Academia Piauiense de Letras. Muitas
vezes tenho visitado Dr. Lauro, em sua casa na rua Simplício Dias, em companhia
de seu sobrinho Canindé Correia, meu compadre e amigo de longa data,
oportunidade em que entabulamos agradável conversação, sobre história e
cultura.
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