quinta-feira, 4 de março de 2010
DIÁRIO INCONTÍNUO
4 de março
Recebi a visita do professor Alexandre Costa. Fazia meses que não o via. Estava feliz, porque foi eleito delegado de Regeneração em um congresso cultural e porque irá cursar mais uma especialização. Lembrei-lhe que, desde que assumi a Comarca de Regeneração, tanto para pessoas com interesse cultural, como nos eventos culturais de que tenho participado, venho defendendo a ideia de que o município deve restaurar os folguedos das danças e cantigas de São Gonçalo. Tenho dito que, bem ou mal, o folguedo bumba meu boi vem sendo preservado, tanto na capital como em vários municípios do estado. Defendo que em terras gonçalinas, mormente em Regeneração, cuja matriz foi erigida sob a invocação desse santo alegre, violeiro e festeiro, o grande diferencial seria o cultivo das rodas de São Gonçalo, que outrora eram praticadas em vários municípios. Já observei que Amarante, situada a dezoito quilômetros de Regeneração, vem preservando as suas tradições, a sua cultura e os seus folguedos, como a dança do cavalo piancó, as danças portuguesas, o seu patrimônio arquitetônico, que é um dos mais ricos do Piauí, o cultivo do poeta maior Da Costa e Silva e da literatura amarantina. O professor Alexandre revelou-me que, para minha satisfação, a comunidade de Morro Branco vem realizando as rodas de São Gonçalo, e que, de uniforme novo, patrocinado pelo município, fez bela apresentação no dia 2 de dezembro passado. Contou-me que o Ponto de Cultura de Regeneração, dirigido pelas Irmãs Franciscanas, conseguiu aprovar o projeto “Fulô de Piqui”, que contempla, entre outras metas, o apoio e incentivo a esse grupo gonçalino de Morro Branco, para que a dança e as cantigas de São Gonçalo voltem a ter a pujança que já tiverem no passado. E isso fará jus à história da Vila de São Gonçalo da Regeneração, outrora habitada pelos índios gueguês e acoroás, que tanto gostavam de cantar e dançar, como igualmente gostava o padroeiro São Gonçalo, conquanto para finalidades pias.
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