18 de janeiro
DE LAVRADOR A DOUTOR
Elmar Carvalho
Estive lendo o livro “Zé Rosa: de Lavrador a Doutor”, em que Francisco de Almeida, através de poema de cordel homenageia seu irmão, no ensejo do seu cinquentenário. Fui contemporâneo do autor, quando fizemos o curso de Direito na UFPI. Creio que cursamos alguma disciplina na mesma classe. Ele era empregado do Banco do Brasil, tendo, posteriormente, exercido o cargo de advogado dessa empresa. Hoje, trabalha na Advocacia Geral da União, exercendo o cargo de advogado dessa repartição no Piauí. Como o título do livro indica e a sua leitura confirma, José Rosa de Almeida nasceu na zona rural, na localidade Flor da Almécega, na época pertencente ao município de Castelo do Piauí, e que hoje integra o de São João da Serra, em 14.08.1960.
Desde menino, ajudava seu pai nos serviços de vaqueiro, campeando gado bovino, e mesmo pegando e derrubando reses bravias, a envergar orgulhosamente o seu terno de couro. Trabalhou nesse difícil mister até os 17 anos de idade, quando veio estudar em Teresina, graças à ajuda de irmãos, sobretudo do Francisco de Almeida, que já trabalhava no Banco do Brasil. Esteve alojado na Casa do Estudante do Piauí, cujas condições de conforto e alimentação parecem testar o hóspede para as vicissitudes da vida. O livro conta a história de Zé Rosa, seus percalços e triunfos. Registra que seu pai, em virtude de viuvez, foi casado duas vezes, e teve uma prole bem considerável, sendo que todos os filhos conseguiram vencer na vida. O protagonista do livro foi presidente do sindicato dos empregados dos Correios durante três vezes. Na condição de diretor regional adjunto da ECT (cargo que ainda exerce), esteve na titularidade da função de diretor durante mais de ano e em várias outras ocasiões. Conheci também o José de Ribamar Almeida, funcionário da Secretaria de Fazenda do Piauí, irmão de Zé Rosa, que foi meu colega no curso de Direito.
Portanto, essa família de pessoas humildes, nascidas na zona rural, filhos de vaqueiro, souberam triunfar na vida, graças ao próprio esforço, sem necessidade de “pistolões” e de benesses espúrias. O opúsculo foi prefaciado pelo professor doutor José Machado Moita Neto, que atestou ter o homenageado feito por merecer a louvação do mano, e foi apresentado pelo poeta Pedro Costa, em versos cordelistas, o qual certificou a capacidade de versejador de Francisco de Almeida, ao dizer que ele “do verso tem o domínio”. Todavia, o novel poeta advertiu seus pares, especialmente o apresentador, o “curió” Sebastião Evangelista e o repentista Edvaldo Guerreiro de que não tenham receio de sua concorrência, uma vez que não pretende prosseguir na carreira de cordelista.
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