Pessoa, genial pessoa
que me ensinou a mim
e a milhões de outras pessoas
que o início é o fim
do começo do meio
do mar sem fim.
Pessoa plural
porquanto um além doutros
que me ensinou a mim
e a muitos outros
que a lição sem igual é igual
à essência do superficial.
Pessoa de confusa coerência
poeta de louca lucidez
de um não convicto
sempre atentamente
alheio a tudo
ator/mentadamente
igual a todos
e sinceramente
fingidor
a ponto de fingir que é dor
a dor do alcoólico
tabagista
solitário
esquizóide
fóbico
compulsivo
depressivo
mediúnico...
imortal morto de Portugal
e do mundo todo total
que entre o tudo e o nada
por não ser pensador
pensou sem pensar
e que entre o nada e o tudo
por não ser sonhador
sonhou sem sonhar.
poeta de bastantes importantes lições
você contudo Pessoa
com ser mestre
não me ensinou a mim
nem a outras pessoas
em suas largas preces
se rezar é sonhar
ou pensar
ou se as duas coisas juntas
ou se nem uma coisa nem outra
- mas tão somente
ORAR, ou seja:
balbuciar
silenciosa
e simplesmente
alguma coisa
que só o céu
pode escutar.
2011
Belíssima ode dirigida, com o coração (pelo louvor) e com a razão( pelo conhecimento lúcido) a um poeta que, ao lado de Camões, embora as diferenças de tempo e de estilos, não se esgota em ganhar admiradores, pesquisadores, analistas, críticos e leitores comuns mas amantes da poesia no mais alto sentido que o termo possa alcançar. Não é necessário conhecer toda uma obra de um poeta como Pessoa para que de sua produção, sempre crescente em novos inéditos, se possa dele falar com orgulho e grandeza.
Alcenor, ao que me parece, lhe faz comovida homenagem de poeta para poeta sem servilismos acachapantes mas com a dignidade de dar ao leitor o alcance estético e humano que a poesia do bardo luso atingiu na alma de outro poeta, um poeta do Piauí. de Parnaíba.
Conhecendo um pouco de pessoa, nem é preciso sublinhar o diálogo ou o monólogo( não sei) que Alcenor neste poema manteve com relação a aspectos gerais e cruciais da poética pessoana. A ode é aqui um resumo, nos interstícios intertextuais, indispensáveis nesta composição poética para dizer o mínimo do máximo e com justiça do dever intelectual de um leitor-poeta a um poeta de dimensão universal.
Cunha e Silva Filho
Alcenor, ao que me parece, lhe faz comovida homenagem de poeta para poeta sem servilismos acachapantes mas com a dignidade de dar ao leitor o alcance estético e humano que a poesia do bardo luso atingiu na alma de outro poeta, um poeta do Piauí. de Parnaíba.
Conhecendo um pouco de pessoa, nem é preciso sublinhar o diálogo ou o monólogo( não sei) que Alcenor neste poema manteve com relação a aspectos gerais e cruciais da poética pessoana. A ode é aqui um resumo, nos interstícios intertextuais, indispensáveis nesta composição poética para dizer o mínimo do máximo e com justiça do dever intelectual de um leitor-poeta a um poeta de dimensão universal.
Cunha e Silva Filho
Poeta Elmar. Que você e Alcenor Candeira Filho têm marcado a fogo a poesia piauiense, que é a mesma brasileira, é um fato inconteste! Que a caneta corre frouxa nos seus dedos, não deixa dúvida! Mas que a poesia ODE A FERNANDO PESSOA, em homenagem ao aplaudido poeta português: Fernando Pessoa, é uma pérola à Parte, isso não se pode desacreditar. E olha! vocês já escreveram coisas belíssimas, em termos de literatura! Nesse poema, o poeta parnaibano Penetrou com uma sensibilidade íncrível no veio poeta de Fernando Pessoa. E na dança das palavras, deitou e rolou naquilo que vocês mais gostam de fazer: poetar. Obrigado por nos brindar, publicando, tão lindos versos, tão bem traçada poesia . Wilton Porto
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