INVERNO
H. Dobal
Debaixo de chuva os campos anoitecem
preparando a sua ressurreição.
Amanhece com o dia a vida nova
na sangria dos açudes,
nas veias abertas dos riachos.
Chuva cantando nas folhas
água correndo,
água nova cantando no chão.
De novo o resplendor da vida restaurado
num concerto geral
que pássaro nenhum, nenhum instrumento,
nenhuma garganta de homem ou mulher
jamais pode alcançar.
Extraído de LB – Revista da Literatura Brasileira, nº 6
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