OUTONAL
Clóvis Moura
Depois da primavera o caos no mundo
e uma nuvem deitada nos meus braços,
criança abandonada que regressa
até o tempo de voltar criança.
Depois da primavera um lance apenas
de resto para viver um pouco tarde:
as tardes que perdemos são memória
e as mãos acordam para um abraço calmo.
Depois da primavera uma esperança
de tudo ser tranquilo e repousante,
ser como aquilo que sonhei um instante.
E depois deste outono a vaga espera,
um sabor de passado sem memória
ou só memória, após a primavera.
Extraído de LB – Revista da Literatura Brasileira, nº 6
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