sábado, 24 de dezembro de 2011

SONHOS DO NATAL E ANO NOVO

Aproveito o cartão de Natal acima, da autoria de Fernando  di Castro, para ilustrar o poema e para estender os seus votos aos leitores do blog

FRANCISCO MIGUEL DE MOURA

Não se pense o Natal maior do que é:
Um dia, uma noite, uma festa ou a recordação.
Jesus chegou dois mil anos antes
Mas veio o Papai Noel atrapalhar.
Tudo é dinheiro,
Até o tempo que sofremos,
O dia branco e a noite só,
O minuto que amamos,
A eternidade que choramos
E a morte que nos leva.

Todo dia é um dia novo,
Não depende do Natal, nem da Missa do Galo,
Não depende da mudança do calendário.
Quando nele se pensa, já mudou,
Quando se vai ao banheiro, já mudou...

O tempo nos governa em altos juros
De suor, sangue e salário.

Natal, Ano Novo passaram e ninguém não viu...
Tudo é tão veloz!
- Antes de chegar, quem sabe o que novo?

Todos os sonhos morrem no seco,
Sem chegada, sem saída, sem beco.

Teresina, 23/12/2011.

2 comentários:

  1. Lamentavelmente, caro poeta Chico Miguel, o período natalino tornou-se praticamente sinônimo de consumismo, de ostentações, de regabofes, de faustosos comes & bebes...

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  2. Elmar,poetamigo,

    Obrigado por divulgar meu poema tão despretensiosamente concebido na manhã de 23 deste mês natalino.
    Um rápido rascunho e logo o coloquei no computador praticamente sem emenda.
    P.S. Depois foi que vi este lapso digitacional(digitação ocasional), no antepenúltimo verso:
    - Antes de chegar, quem sabe o que é novo?
    Como se observa, faltou o verbo: é.
    Caso venha a divulgá-lo de novo nalmguma parte, ponha o é - que faz uma certa diferença para os leitores mais exigentes.

    Abraços
    Francisco Miguel de Moura
    -

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