Texto, charge e seleção do poema: João de Deus Netto
PAULO MACHADO
Paulo Henrique Couto Machado pertence a um dos grupos mais novos de poetas piauienses: Geração de 70. Paulo Machado, nasceu em Teresina no dia 23 de julho de 1956. Ganhou vários prêmios na ficção, nos Concursos de Contos e de Poesias. Participou de várias antologias poéticas e tem três livros publicados: 'Ta Pronto, Seu Lobo? (poemas - 1978), 'A Paz do Pântano' (Poemas- 1982)) e 'Na Trilha da Morte' (sobre a morte dos índios). Os cursos básicos e superiores foram feitos em Teresina. Paulo Machado é formado em Direito pela Universidade Federal do Piauí, com especialização em Direito Agrário. Além da participação em revistas e outras publicações alternativas, como Ciranda (1976), Paulo Machado editou o jornal Floretim (1984), duas publicações que motivaram os movimentos culturais em Teresina, nas décadas de 70 e 80.
Ao prefaciar o livro 'Tá Pronto, Seu Lobo?' (1978), o escritor Cineas Santos escreveu: "Grande parte dos poemas que constituem este livro tem gosto de reportagem de rua: são flashes de uma cidade que se transforma, que se desumaniza (perdoem o lugar comum), pela ação (in)consciente dos donos da vida".
Post card/57
Na praça Marechal Deodoro
Às nove horas falavam
Da UDN e do american-can
Um louco o Jaime fazia ponto no cruzamento
Da Barroso com a Senador Pacheco sem saber
Que há tempos existia a guerra fria
Quinta-feira era dia de matar o tempo
Na praça Pedro Segundo enquanto sapos
Copulavam nos lajedos do tanque
Nas tertúlias do Clube dos Diários
Uma geração embarcava no marasmo
Esquecendo tudo mais
Nos canteiros da Avenida Frei Serafim
Os cupins construíam suas casas
Fiando estranha quietude
No bar Carnaúba o sol roía o marrom
Das tabículas das mesinhas ao passo que
Os homens de casimira cinza faziam planos
Na Paissandu os bêbados
Pregavam a subversão
E um bolero esquentava as estranhas da noite
Na praça Marechal Deodoro
Às nove horas falavam
Da UDN e do american-can
Um louco o Jaime fazia ponto no cruzamento
Da Barroso com a Senador Pacheco sem saber
Que há tempos existia a guerra fria
Quinta-feira era dia de matar o tempo
Na praça Pedro Segundo enquanto sapos
Copulavam nos lajedos do tanque
Nas tertúlias do Clube dos Diários
Uma geração embarcava no marasmo
Esquecendo tudo mais
Nos canteiros da Avenida Frei Serafim
Os cupins construíam suas casas
Fiando estranha quietude
No bar Carnaúba o sol roía o marrom
Das tabículas das mesinhas ao passo que
Os homens de casimira cinza faziam planos
Na Paissandu os bêbados
Pregavam a subversão
E um bolero esquentava as estranhas da noite
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