sábado, 4 de agosto de 2012

A ORIGEM DE CAMPO MAIOR

Foto: Maria Luselene



João Alves Filho (*)

A origem dos nossos campos, tem semelhança com os campos de Portugal e, o nosso primeiro visitante empreendedor foi o Sargento-Mor Bernardo de Carvalho e Aguiar, que no ano de 1697, entre os meses de março e abril, instalou a Fazenda “Bitorocara”, localizada na confluência dos rios Longá e Surubim. Portanto, o primeiro nome da atual Campo Maior.

Instalada a fazenda com rebanhos deslocados das Províncias de Pernambuco e da Bahia, Bernardo de Carvalho e Aguiar iniciou a povoação, com a construção da Igreja, inaugurada no dia 12 de novembro do ano de 1712, com a celebração da primeira Santa Missa pelo Padre Tomé de Carvalho. Elevada a Catedral no dia 12 de junho do ano de 1976 e, também em homenagem a Portugal, dedicou a Santo Antônio de Pádua,santo de origem portuguesa, permanecendo para sempre como o padroeiro de Campo Maior e da Diocese.

Em torno da Igreja outras fazendas foram se instalando e o povoado aumentando, tendo como fazenda principal Bitorocara. Portugueses das famílias Carvalho e Castelo Branco chegavam para investirem na pecuária e na agricultura. Solo encantador e pastagem de boa qualidade e água com abundância nos rios Jenipapo, Longá, Surubim, Rio Fundo Marathaoan e Titara, estimulavam os investidores a aplicarem suas economias, em cujos campos foram instaladas as maiores fazendas do Nordeste do Brasil, tornando a Província do Piauí, detentora do maior rebanho bovino e de outros animais.

Com o desenvolvimento da comunidade em torno da Igreja e das fazendas que se instalavam com certa rapidez, o nome Bitorocara foi substituído no ano de 1715, por FREGUESIA DE SANTO ANTÕNIO DO SURUBIM, portanto, o segundo nome.

No dia 08 de agosto do ano de 1762, a comunidade sentindo a necessidade de uma melhor organização, reúne-se na Igreja, em Assembléia Geral, atendendo convocação do Governador João Pereira Caldas, o primeiro da Província do Piauí e sob sua presidência aprova o nome de VILA DE CAMPO MAIOR, dando cumprimento a Carta Régia de 1761, assinada por Dom José I – Rei de Portugal. Na oportunidade foi constituído o PRIMEIRO CONSELHO MUNICIPAL, com poderes para legislar, tendo como primeira Lei o Código de Postura e Regulamentação do uso da água da Lagoa, além do Estatuto da Comunidade, aprovados pela Assembléia. O dia 08 de agosto é, portanto, a data escolhida pela comunidade para comemorações festivas (data de aniversário) e por sua importância é feriado municipal. Eis aí o terceiro nome de Campo Maior.

Com o fim do Regime Imperial e a conquista da Proclamação da Republica no dia 15 de novembro de 1889, sob o comando do líder Marechal Deodoro da Fonseca, designou para governar o Piauí, o General Taumaturgo de Azevedo, piauiense da cidade de Barras. O primeiro ATO do seu Governo foi para nós, da maior importância, com a assinatura do Decreto nº1, do dia 27 de dezembro de 1889, elevando a Vila, para município de Campo Maior. Aí, a segunda data oficial. Infelizmente não é comemorada. Sequer o Poder Executivo Municipal toma conhecimento de sua existência. Nem as escolas fazem qualquer manifestação. É lamentável.

É fácil entender que Campo Maior é realmente uma cidade de origem portuguesa, pelos motivos que se seguem: 01- O nome Bitorocara, uma homenagem a uma Vila existente na época, hoje, uma bonita cidade. 02 – O primeiro grande empreendedor, o português BERNARDO DE CARVALHO E AGUIAR, reconhecido por Lei Municipal o FUNDADOR DE CAMPO MAIOR. 03 – As primeiras famílias que para cá, se deslocaram, início do século XVIII: Carvalho, Castelo Branco, Pacheco, Miranda e Costa Araújo. 04 – O Santo Padroeiro, SANTO ANTÕNIO DE PÁDUA, de origem portuguesa e da tradicional família Bulhões. Na Pia Batismal recebeu o nome de Fernando de Bulhões. Nasceu no dia 15 de agosto do ano 1191 e faleceu no dia 13 de junho do ano de 1230 (39 anos de idade). 05 – Por fim, o nome Campo Maior, uma homenagem a uma cidade com o mesmo nome. Bem que poderia ser em homenagem aos nossos bonitos e verdejantes campos. Infelizmente, NÃO.

(*) O autor é membro ativo das seguintes instituições culturais:
-Academia Campomaiorense de Artes e Letras-Acale
-Academia de Letras do Vale do Longá – Alval
-Academia Piauiense de Mestres Maçons – APMM
-Academia Maçônica de Letras – Amalpi
-União Brasileira de Escritores – Secção Estado do Piauí

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