SEIOS
Celso
Pinheiro (1887 – 1950)
Seios
cheirosos! Algas em marulho,
Torres
ebúrneas de lascivas ondas.
Casa
de rolas no gemente arrulho,
Tentando
os anjos nas eternas rondas.
Seios
que embora feiticeira escondas,
São
a graça, o perfume, a força, o orgulho
Das
plagas ideais dessas redondas
Formas
ardentes num verão de julho.
Seios!
Ó frutos de vermelhos bicos,
De
pecados nas árvores umbrosas,
Sob
as rendas de neve, tão pudicos!
Seios
lindos! Tirai-me de um tormento!
Só
vos vejo através das poderosas
Grades
doiradas do meu pensamento.
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