domingo, 24 de fevereiro de 2013

Seleta Piauiense - Francisco Miguel de Moura



O QUE MORRE

Francisco Miguel de Moura (1933)

Casa e caminhos morrem desamados,
esquecidos, na solidão do Além.
Os segredos falecem de guardados,
e amores morrem quando morre alguém.

O porto morre. A onda se esvazia.
E o sonho esvai-se quando acorrentado.
A treva nasce do morrer do dia.
Morre o rico, o feliz e o desgraçado.

Nada é imortal, pois o que nasce vibra
somente um instante para a queda enorme,
eis que essa lei fatal tudo equilibra.

Morrem lembranças, fruto do passado,
e o presente e o futuro quando dorme
o homem sem fé, sem luz, abandonado.

Um comentário:

  1. Elmar:
    Muito obrigado pela publicação. Ele (o soneto), a partir da sua opinião, vai fazer da lista de 10 que vou submeter a 10 poetas para escolha daquele que figurará na contracapa de meu livro de Poesia in Completa (Livros 1 e 2), que já está sendo formatado pela Rosinha Pereira.
    Como a capa é a parte que fica para depois, depois que eu escolher os demais sonetos, entregar-lhe-ei cópia dos ditos sonetos para a seleção. Por sua publicação e pela minha vontade, este entra na relação - é isto que quero dizer, meu carríssimo amigo/irmão/poeta Elmar.
    abraços
    Chico Miguel

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