O juiz Sebastião Firmino, ladeado por familiares do des. Tomaz Gomes Campelo, entre os quais os filhos Luís Américo e Viriato Campelo |
14
de maio Diário Incontínuo
POSSE
DO JUIZ SEBASTIÃO FIRMINO NA ALMAPI (Parte III)
Elmar Carvalho
Dando
continuidade a meu discurso, enalteci as qualidades que ornam a personalidade
do juiz Sebastião Firmino Lima Filho, e discorri sobre alguns dados de sua
biografia, alguns referentes a sua vida pessoal, outros a seu labor na
magistratura.
Nasceu
em Floriano, a cuja Academia de Letras, tão bem presidida por José Bruno dos
Santos, tenho a honra de pertencer. Na Princesa do Sul radicou por várias
décadas a professora Josefina Demes, que escreveu uma monumental obra
historiográfica sobre essa agradável e bela terra, que me foi ofertada pelo seu
sobrinho José Demes. Ausente de seu torrão natal por mais de trinta anos,
Sebastião Firmino a ele retornou para exercer a judicatura, até conseguir sua
remoção para a Comarca de Teresina.
O
novel acadêmico é um homem polivalente, um talento multifacetado, um verdadeiro
Proteu, por suas atividades polimorfas. Dessa forma, além de juiz, pratica com
invejável maestria o tênis de mesa; é poeta e talentoso cantor; na infância e
na adolescência foi um notável jogador de futebol, que chegou ao cúmulo da
virtuose ao driblar-se a se próprio.
Na
prática pebolista era um verdadeiro coringa, um legítimo homem de sete
instrumentos, pois poderia atuar em todas as posições, e se o desejasse bateria
o escanteio, cabecearia para o gol, e ainda se travestiria de goleiro para
executar cinematográfica defesa.
Todavia,
não há negar, sua maior qualidade esportiva é alcançada na prática do tênis de
mesa. Notável mesatenista, já abiscoitou várias medalhas e troféus nos diversos
torneios e campeonatos de que participou. Sua habilidade nessa modalidade
esportiva é tão grande, que provocaria tonturas e torcicolos no espectador que
tentasse acompanhar de perto as suas jogadas, mais semelhantes a
prestidigitações de habilidoso mágico.
Como
prova do que afirmo, o colega Edison Rogério me encaminhou e-mail, no qual me
informava que Sebastião Firmino conquistara uma vistosa medalha de prata na
mais recente versão dos Jogos Nacionais da Magistratura. Já antes o magistrado
ER me havia sugerido que não deixasse de abordar, em meu discurso de recepção,
as várias facetas e peripécias artísticas, esportivas e culturais do nosso mais
novo imortal.
Julgo
oportuno transcrever o seguinte trecho de um poema de sua autoria: “A bola vai
/ A bola vem / Belas jogadas também / É o tênis de mesa / Que vai andando tão
bem.” Naturalmente “vai andando tão bem”, mas para ele, carrasco imperdoável de
seus adversários. Nos referidos Jogos Nacionais venceu doze partidas, perdendo
apenas a última, a de número 13, acho que apenas por causa desse número, que
certamente lhe é aziago.
Na
condição de poeta, sua temática é variada. Em seus versos exaltou as virtudes
de sua mãe, e a beleza do esporte, da amizade, das mulheres e da natureza. A
paisagem arquitetônica e natural do Piauí foi por ele enaltecida, mormente
quando cantou os encantos de Floriano, Oeiras e Piracuruca. No poema relativo
ao último município, fez referências a este cronista e ao desembargador Luiz
Gonzaga Brandão de Carvalho, presidente e idealizador de nosso sodalício.
Entre
as várias comarcas em que Sebastião Firmino atuou, destaca-se a de Oeiras, na
qual ele foi titular do Juizado Especial Cível e Criminal – JECC, tendo sido
sucedido pelo magistrado João Bittencourt, de quem fui sucessor. Sempre que ele
me encontrava, sabedor de minha ligação afetiva e cultural a Oeiras, me estimulava
a concorrer a uma vaga nessa comarca, quando surgisse a oportunidade, o que
terminou acontecendo. Aliás, encerrei a minha carreira como titular do JECC da
velhacap, para honra e gáudio meu.
No
fórum dessa comarca, o juiz e meu amigo Edison Rogério mandou afixar um bonito
banner, no qual se encontra estampado o meu poema Noturno de Oeiras, que caiu
na graça dos amigos oeirenses. O ER teve ainda a iniciativa, na qualidade de
juiz eleitoral, de utilizar trecho desse poema, para aferir se os candidatos
objetos de reclamação eram ou não analfabetos. No documentário sobre Kátia
Tapety, aparece esse banner sendo lido por sua protagonista, e nele prestou
depoimento o nosso magistrado Sebastião Firmino.
O
neófito membro de nosso silogeu, seja como poeta, seja como cantor, é um amado
amante da beleza e das musas. Suas divas prediletas são Erato, inspiradora da
poesia lírica, e Euterpe, divindade mitológica ligada à música. E sob o manto
protetor dessas duas deidades, Sebastião nos encanta, com a sua poemática, com
o seu talento vocal e com o seu carisma pessoal.
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