Educação moral e cívica já era
José Maria Vasconcelos
Cronista,
josemaria001@hotmail.com
Nos meus arquivos, deparo-me com velhas anotações e tarefas, cujas
disciplinas não se ministram mais nas escolas, desde início da década de 1990,
como Organização Social e Política Brasileira (OSPB), além da Educação Moral e
Cívica (EMC). Não há algo de errado na formação de futuros cidadãos?
Atuais projetos pedagógicos
seguem metas para objetivos científicos, concursos e disputas no mercado de
trabalho. Menos para formação ética e cidadania. Dão mais ênfase a atividades
esportivas do que à disciplina espartana, à construção do caráter.
No fundo do baú, deparei-me com
programa de Educação Moral e Cívica do MEC, para ensino fundamental e médio, em
pleno regime militar. O programa previa culto à pátria, seus símbolos,
tradições, nacionalismo, dedicação à família e à comunidade. Exercitavam-se
valores cristãos, crença em Deus, condutas éticas, os dez mandamentos, a
dignidade moral que não tem preço, mas valor.
Professores ensinavam a compreensão dos direitos e deveres dos
brasileiros e o conhecimento da organização sociopolítica e econômica do País
(OSPB). Esses conteúdos, apesar de ministrados durante o regime militar, não
visavam a objetivos ideológicos, como estigmatizam as esquerdas políticas.
Todavia as escolas militares continuam a seduzir estudantes, que enfrentam
maratonas para ingressar nessas instituições. A secretária de educação, Rejane
Dias, iniciou abertura de escolas militares, com aplausos merecidos.
Em 1993, esses conteúdos foram
eliminados no governo do presidente Itamar Franco. Questões políticas e
históricas concentraram-se na disciplina de Estudos Sociais e História.
Educadores de tendência esquerdista tentam descaracterizar essas duas
disciplinas, além de geografia, com pinceladas de terceiro mundo chavista.
Questões cívicas e éticas foram,
praticamente, riscadas dos projetos pedagógicos. Poucas escolas costumam cantar
o Hino Nacional, hastear a bandeira em datas nacionais, promover encontros e
prédicas espirituais. A educação mais antiga ainda acrescentava conhecimentos de
latim. No meu seminário, ensinava-se, também, francês, inglês, italiano e
grego. Ex-seminaristas e militares, em geral, enriquecem a galeria de honrados
cidadãos.
Mais outra joia encontrada nos
velhos arquivos: Programa Nacional de EMC do MEC: “Ela é parte de um todo que
contribui para a formação e informação das pessoas. Neste processo, a família
exerce papel fundamental, uma vez que ela é o primeiro grupo social de qualquer
indivíduo. Com isso, na família construímos nossos valores morais e éticos”. Família?!
O que é família para a atual geração de políticos e gestores, que fogueteiam
uniformidade de gênero, casamento gay, que proíbem pais punirem baixinhos
rebeldes?
Educação Moral e Cívica defendia
“princípios democráticos, preservação do espírito religioso, liberdade com
responsabilidade, sob inspiração de Deus”. Olhe só, Deus nos manuais do MEC,
quando, hoje, o Palácio do Planalto não faz nem pelo sinal. Ainda aprova a
negação do estudo religioso nas escolas. Explicam-se os rumos e desmandos
morais, à deriva, em todos os meandros da administração pública. Porque, para
marxistas bicudos, Deus é uma utopia.
A Educação Moral e Cívica
precisa, urgentemente, retornar aos programas escolares, senão as cadeias
encher-se-ão, mais e mais, de bandidos; faltará policial em cada residência;
uma Roma pagã se desmoronará.
Compartilhe a ideia de rever
arquivos da educação, levem-na às reuniões de pais e mestres, aos debates em
salas de aula. Sem ranços ideológicos e partidários. Ainda há tempo para salvar
a pátria e a família, como em países sérios.
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