Chamamento
Carvalho Neto (1944)
rouba da gaivota ao voo a musicalidade
e na cidade faz a partitura de tuas dores
criatura com mãos de todos os andores
encharcadas de suor, de mil licores
constrói a nova poesia
guarda a solidão da praça vazia
no bolso do casaco
e com pés e direitos feridos, abre estradas
amadas, demais amadas, marcadas
como versos na rocha
rouba aos olhos todos os rancores
que os senhores não abaterão teu brio
teu amanhã será depois de amanhã
e não ficarás na outra
margem do rio.
Vibrante os versos de Carvalho Neto!
ResponderExcluirAs gaivotas ainda resistem o mau cheiro dos esgotos que estão acabando e deixando sem oxigênio o nosso Rio Poti.
Itamar