RITA PORTELA – Um Coração
Magnânimo!
Antonio Gallas
Jornalista e escritor
Há exatamente uma semana ela
partia para o além deixando em todos nós uma dor, uma tristeza, uma grande
saudade...
As pessoas costumam dizer que “quem quiser ser bom que morra”!
Mas na verdade, não é bem assim. Há pessoas que nascem, crescem, vivem e morrem
com a bondade no coração. Essas pessoas
jamais saem de nossas mentes, de nosso convívio, mesmo depois de se mudarem
para o paraíso.
É o caso de minha amiga Rita de
Cássia Nóbrega Portela, a Rita Portela, ou, a Ritinha como comumente a
chamávamos.
Nasceu, cresceu, viveu e morreu
com a bondade em seu coração.
Minha amizade com a Rita começou tão logo
cheguei a Parnaíba e perdurará para sempre, eternamente...
Lembro-me muito bem como se
fosse hoje, quando esta amizade começou. Foi numa tarde de Março do ano de 1972
no Ginásio Clóvis Salgado.
Por recomendação da
professora Elza Maria Marques Costa, diretora da Escola Comercial de Parnaíba à
época, onde consegui meu primeiro emprego como professor de inglês em Parnaíba,
fui ao Ginásio Clóvis Salgado falar com a professora Maria da Penha Fonte e
Silva, então diretora do educandário, para tentar conseguir uma vaga naquele
conceituado estabelecimento de ensino da cidade. A resposta da ilustre mestra
parnaibana foi negativa, afirmando que o ginásio já contava com dois
professores de inglês, catedráticos.
Não fiquei desiludido com a
resposta NÃO, uma vez que estava recém-chegado na cidade e ainda não era
conhecido profissionalmente. Entretanto antes de deixar o prédio do colégio,
uma pessoinha simpática com um largo sorriso estampado no rosto, sentada a uma
mesa na secretaria da escola chamou-me e disse o seguinte: - “professor, eu
também sou professora de inglês aqui. Tenho quatro turmas de primeira série
(hoje corresponde ao sexto ano do ensino
fundamental). Vou lhe dar as minhas turmas”.
Fiquei surpreso, meio
encabulado, mas ao mesmo tempo feliz! E
passei então a me perguntar: como, neste mundo cheio de pessoas egoístas,
alguém poderia abdicar de algo que lhe renderia um salário mensal em favor de
uma pessoa desconhecida?
Daí então pude avaliar quão
magnânimo, quão bondoso era o coração da Rita Portela. Presentes a esta sua
atitude estavam a Salete Menezes e a Toinha que trabalhavam na secretaria e
mais duas outras pessoas que não recordo agora quem eram.
Trabalhei no Clóvis Salgado até
dezembro de 1982 quando então me desliguei para em janeiro de 1983 assumir um
cargo na carreira administrativa do Banco do Brasil na cidade maranhense de
Barreirinhas localizada nos “Lençóis Maranhenses”.
A Rita foi uma dessas pessoas que
sabia cativar os amigos. Soube viver a vida, intensamente. Sempre com alegria!
Bebeu, sorriu, dançou, amou, nos abraçou, nos beijou e sempre trazendo uma
mensagem de paz, de carinho, de conforto, de positividade... Não teve filhos, mas criou a Ana Paula e os
dois filhos desta, dando-lhes aconchego, conforto, educação e carinho como se
fossem seus próprios filhos. Mais uma prova de seu coração bondoso.
Na tarde do dia 17 de fevereiro
de 2018 recebemos a triste notícia de que nossa amiga havia partido para o
encontro com Deus. Foi para a morada que o PAI havia preparado para ela.
Ficamos tristes, choramos, mas temos certeza de que por tudo que ela fez de bem
aqui nesta terra ela está feliz, na casa de Deus.
Rita foi sepultada na manhã de
domingo, dia 18, no Cemitério da Igualdade com um grande acompanhamento.
Embora tristes pelo seu
falecimento, a Rita, durante o seu velório, ainda nos proporcionou o prazer de
reencontrarmos colegas que há muito não nos víamos, como a professora Luzia
Margarida e outros, assim como ex-alunos como o grupo da turma concludentes do
ginásio do ano de 1977 que recentemente, juntamente com ela comemoraram
festivamente os 40 anos dessa formatura.
Fonte da fotografia e do texto: Blog do Professor Gallas
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