sábado, 24 de fevereiro de 2018

RITA PORTELA – Um Coração Magnânimo!



RITA PORTELA – Um Coração Magnânimo!

Antonio Gallas
Jornalista e escritor

               Há exatamente uma semana ela partia para o além deixando em todos nós uma dor, uma tristeza, uma grande saudade...
               As pessoas costumam  dizer que “quem quiser ser bom que morra”! Mas na verdade, não é bem assim. Há pessoas que nascem, crescem, vivem e morrem com a bondade no coração.  Essas pessoas jamais saem de nossas mentes, de nosso convívio, mesmo depois de se mudarem para o paraíso.
               É o caso de minha amiga Rita de Cássia Nóbrega Portela, a Rita Portela, ou, a Ritinha como comumente a chamávamos.
               Nasceu, cresceu, viveu e morreu com a bondade em seu coração.
               Minha amizade com a Rita começou tão logo cheguei a Parnaíba e perdurará para sempre, eternamente...
               Lembro-me muito bem como se fosse hoje, quando esta amizade começou. Foi numa tarde de Março do ano de 1972 no Ginásio Clóvis Salgado.
               Por recomendação da professora Elza Maria Marques Costa, diretora da Escola Comercial de Parnaíba à época, onde consegui meu primeiro emprego como professor de inglês em Parnaíba, fui ao Ginásio Clóvis Salgado falar com a professora Maria da Penha Fonte e Silva, então diretora do educandário, para tentar conseguir uma vaga naquele conceituado estabelecimento de ensino da cidade. A resposta da ilustre mestra parnaibana foi negativa, afirmando que o ginásio já contava com dois professores de inglês, catedráticos.
               Não fiquei desiludido com a resposta NÃO, uma vez que estava recém-chegado na cidade e ainda não era conhecido profissionalmente. Entretanto antes de deixar o prédio do colégio, uma pessoinha simpática com um largo sorriso estampado no rosto, sentada a uma mesa na secretaria da escola chamou-me e disse o seguinte: - “professor, eu também sou professora de inglês aqui. Tenho quatro turmas de primeira série (hoje corresponde ao sexto ano  do ensino fundamental). Vou lhe dar as minhas turmas”.
               Fiquei surpreso, meio encabulado, mas ao mesmo tempo feliz!  E passei então a me perguntar: como, neste mundo cheio de pessoas egoístas, alguém poderia abdicar de algo que lhe renderia um salário mensal em favor de uma pessoa desconhecida?
               Daí então pude avaliar quão magnânimo, quão bondoso era o coração da Rita Portela. Presentes a esta sua atitude estavam a Salete Menezes e a Toinha que trabalhavam na secretaria e mais duas outras pessoas que não recordo agora quem eram.
               Trabalhei no Clóvis Salgado até dezembro de 1982 quando então me desliguei para em janeiro de 1983 assumir um cargo na carreira administrativa do Banco do Brasil na cidade maranhense de Barreirinhas localizada nos “Lençóis Maranhenses”.
               A Rita foi uma dessas pessoas que sabia cativar os amigos. Soube viver a vida, intensamente. Sempre com alegria! Bebeu, sorriu, dançou, amou, nos abraçou, nos beijou e sempre trazendo uma mensagem de paz, de carinho, de conforto, de positividade...  Não teve filhos, mas criou a Ana Paula e os dois filhos desta, dando-lhes aconchego, conforto, educação e carinho como se fossem seus próprios filhos. Mais uma prova de seu coração bondoso.
               Na tarde do dia 17 de fevereiro de 2018 recebemos a triste notícia de que nossa amiga havia partido para o encontro com Deus. Foi para a morada que o PAI havia preparado para ela. Ficamos tristes, choramos, mas temos certeza de que por tudo que ela fez de bem aqui nesta terra ela está feliz, na casa de Deus.
                Rita foi sepultada na manhã de domingo, dia 18, no Cemitério da Igualdade com um grande acompanhamento.
               Embora tristes pelo seu falecimento, a Rita, durante o seu velório, ainda nos proporcionou o prazer de reencontrarmos colegas que há muito não nos víamos, como a professora Luzia Margarida e outros, assim como ex-alunos como o grupo da turma concludentes do ginásio do ano de 1977 que recentemente, juntamente com ela comemoraram festivamente os 40 anos dessa formatura.   

Fonte da fotografia e do texto: Blog do Professor Gallas

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