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A SAGA DE UM ESTRATEGISTA POLÍTICO
Antônio Francisco Sousa – Auditor Fiscal (afcsousa01@hotmail.com)
O sujeito, muito sagaz e
esperto, foi deixando o tempo correr: é que o mais interessado, um deputado, não
queria dar o braço a torcer.
A vice-governadora do
mandato que ainda transcorria, contava com a preferência de assim continuar,
talvez, da maioria. A questão parecia, de fato, confusa: tanta gente para uma
função só, que o governador-candidato precisou, antes que fosse tarde, desatar
o nó.
Sacou do bolso uma
proposta inusitada: nem a atual vice nem o pretendente: na chapa seria vice uma
amiga senadora que, antes, fora sua suplente. Houve um certo chororô, uma
espécie de velado desagrado com a decisão: por que mudar, de repente, o que já parecia
ser a solução?
Então, se não mais vice-governador, para onde iria o deputado? Senador,
nem pensar, o estrategista já tinha algo arquitetado: o ex vice-governador,
que nem chegara a ser confirmado, continuaria disputando vaga para o
legislativo do estado. Para o lugar da senadora, agora sua vice, o governador
julgou ideal convidar um nome forte e de muitos votos: um deputado federal.
Resumo parcial da história, do imbróglio, da arrumação: Ah! A atual
vice-governadora, como não poderia ficar na mão, disputaria uma vaga na câmara
federal, sem risco de perder a eleição. O ex futuro vice-governador, como paga
por tanta resignação, indicaria um filho, também para concorrer como deputado
federal, apoiado pelo, então, ora candidato ao senado; palavra dada e ponto final.
Lembrando que, para senador, havia um forte concorrente na oposição, e
somente duas vagas estavam em jogo na próxima eleição. O governador-candidato,
com a indicação ao senado do deputado federal, pensava em fazer dele, colega de
um outro que já estava na casa senatorial; apoiado, a propósito, também por
ele, gestor, na disputa por reeleição; bastava, para que tudo desse certo,
derrotar o maior nome da oposição.
Arrumada a chapa governamental, com os novos parlamentares que apoiaria,
era esperar pela voz das urnas, para ver o que aconteceria. Pairava certa
dúvida ao deputado que buscava cadeira no senado, se teria, de fato, chance de
derrotar o forte candidato do outro lado. Será que a atual vice-governadora e o
filho do quase ex vice futuro, seriam eleitos para a câmara federal, ou teria o
governador atirado no escuro?
Chega o dia da eleição geral, votos nas urnas, contagem concluída e o
que mais? O governo elege seus dois senadores e dois novos deputados federais. O
forte candidato ao senado, pela oposição, foi derrotado, novamente, perdeu; já
a bancada da situação no congresso nacional, com as novas caras eleitas, só cresceu.
Não bastasse essa vitória, com gol de letra, de bicicleta, trivela e de
calcanhar, na assembleia legislativa, o governo contará com mais deputados do
que precisará. Talvez nem seja exagero dizer, pois foi o quadro que restou, findo
o pleito eleitoral: quase acabou a oposição ao governo, no estado, na câmara e
no senado federal.
Por fim, e respondendo ao que ninguém perguntou: apesar das falcatruas
em que, dizem, nelas o estrategista se enredou, o povo, em sua maioria, viu na figura
algo que o deixou encantado, e, nas urnas, em sete de outubro de dois mil e
dezoito, o atual sagrou-se futuro governador do estado.
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