sexta-feira, 12 de outubro de 2018

A SAGA DE UM ESTRATEGISTA POLÍTICO

Fonte: Google


A SAGA DE UM ESTRATEGISTA POLÍTICO

Antônio Francisco Sousa – Auditor Fiscal (afcsousa01@hotmail.com)

              A saga do homem começou, ou melhor, recomeçou, quando ele decidiu, mais uma vez, que iria ser governador. Na composição da chapa, com a qual disputaria a próxima eleição, o problema inicial era seu vice: muitos queriam essa posição.

            O sujeito, muito sagaz e esperto, foi deixando o tempo correr: é que o mais interessado, um deputado, não queria dar o braço a torcer.

           A vice-governadora do mandato que ainda transcorria, contava com a preferência de assim continuar, talvez, da maioria. A questão parecia, de fato, confusa: tanta gente para uma função só, que o governador-candidato precisou, antes que fosse tarde, desatar o nó.

           Sacou do bolso uma proposta inusitada: nem a atual vice nem o pretendente: na chapa seria vice uma amiga senadora que, antes, fora sua suplente. Houve um certo chororô, uma espécie de velado desagrado com a decisão: por que mudar, de repente, o que já parecia ser a solução?

Então, se não mais vice-governador, para onde iria o deputado? Senador, nem pensar, o estrategista já tinha algo arquitetado: o ex vice-governador, que nem chegara a ser confirmado, continuaria disputando vaga para o legislativo do estado. Para o lugar da senadora, agora sua vice, o governador julgou ideal convidar um nome forte e de muitos votos: um deputado federal.

Resumo parcial da história, do imbróglio, da arrumação: Ah! A atual vice-governadora, como não poderia ficar na mão, disputaria uma vaga na câmara federal, sem risco de perder a eleição. O ex futuro vice-governador, como paga por tanta resignação, indicaria um filho, também para concorrer como deputado federal, apoiado pelo, então, ora candidato ao senado; palavra dada e ponto final.

Lembrando que, para senador, havia um forte concorrente na oposição, e somente duas vagas estavam em jogo na próxima eleição. O governador-candidato, com a indicação ao senado do deputado federal, pensava em fazer dele, colega de um outro que já estava na casa senatorial; apoiado, a propósito, também por ele, gestor, na disputa por reeleição; bastava, para que tudo desse certo, derrotar o maior nome da oposição.

Arrumada a chapa governamental, com os novos parlamentares que apoiaria, era esperar pela voz das urnas, para ver o que aconteceria. Pairava certa dúvida ao deputado que buscava cadeira no senado, se teria, de fato, chance de derrotar o forte candidato do outro lado. Será que a atual vice-governadora e o filho do quase ex vice futuro, seriam eleitos para a câmara federal, ou teria o governador atirado no escuro?

Chega o dia da eleição geral, votos nas urnas, contagem concluída e o que mais? O governo elege seus dois senadores e dois novos deputados federais. O forte candidato ao senado, pela oposição, foi derrotado, novamente, perdeu; já a bancada da situação no congresso nacional, com as novas caras eleitas, só cresceu.

Não bastasse essa vitória, com gol de letra, de bicicleta, trivela e de calcanhar, na assembleia legislativa, o governo contará com mais deputados do que precisará. Talvez nem seja exagero dizer, pois foi o quadro que restou, findo o pleito eleitoral: quase acabou a oposição ao governo, no estado, na câmara e no senado federal.

Por fim, e respondendo ao que ninguém perguntou: apesar das falcatruas em que, dizem, nelas o estrategista se enredou, o povo, em sua maioria, viu na figura algo que o deixou encantado, e, nas urnas, em sete de outubro de dois mil e dezoito, o atual sagrou-se futuro governador do estado.

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