sexta-feira, 26 de outubro de 2018

FLAGRANTES DE BELÉM


FLAGRANTES DE BELÉM

Elmar Carvalho

              (Reconstituição minimal
               de um poema perdido.)

No lusco-fusco da chuva
intermitente de Belém
um guarda impaciente
envolto na capa e na solidão
aguarda um outro
guarda que não vem
para o ato de rendição.

Um impudente
fauno de pedra de pé mijava.
Uma imprudente
ninfa de cócoras
o cântaro emborcava:
água na água
chuva chovendo no molhado.   

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