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¡ VIVA EL FÚTBOL
ARGENTINO!
Antônio Francisco Sousa – Auditor Fiscal (afcsousa01@hotmail.com)
Era, quero dizer,
fui, até oito de dezembro passado, dia em que comemoram, principalmente, os
católicos, Nossa Senhora Imaculada Conceição de Maria – que ela me perdoe tão
radical conversão -, inteiramente, avesso e antipático ao futebol argentino;
melhor dizendo, a quase tudo que provinha daquele país, à exceção dos malbec –
vinho e perfume -, pelos quais, infelizmente, sempre tive certo apreço. Cheguei
a concordar com um velho e querido amigo, Sandoval: até às mulheres portenhas, já
preferia as uruguaias, chilenas, peruanas, venezuelanas.
O que me fez mudar
de opinião a ponto de transformar antipatia cruenta em simpatia experimental, concretizou-se
com a realização do jogo final da copa libertadores da América dois mil e dezoito,
entre os rivais Boca Juniors e River Plate, no estádio Santiago Bernabéu, em
Madri, capital espanhola, lotado; mas começou bem antes da peleja e redundou de
um acumulado de situações disparatadas envolvendo as equipes de futebol
argentino, a confederação sul-americana (COMENBOL) e a FIFA; estas, desde o
início das fases decisivas, claramente coniventes com os clubes portenhos em
desfavor, principalmente, dos brasileiros. Houve quem dissesse que essa
estranha preferência da COMENBOL por equipes não brasileiras viu-se embasada no
ato canalha e covarde promovido pelo presidente da confederação brasileira de
futebol ao votar, abertamente, não pela realização da copa do mundo de dois mil
e vinte e seis na América do Norte, como havia sido combinado entre as confederações
do continente, mas em Marrocos, no noroeste da África.
Depois disso, o
que se viu foi uma sequência patente e clara de proteção da COMENBOL a clubes
do restante da América do Sul em detrimento dos tupiniquins; parcialidade
manifestada dentro e fora dos gramados, com a participação intensa das
arbitragens e um submisso “lava mãos”, à la Pilatos, da FIFA, quanto a assuntos
em que poderia intervir.
Quem não lembra da
marmelada envolvendo o próprio River Plate, que, soube-se, em determinada partida,
entrou em campo com vários atletas considerados irregulares e, mesmo assim, não
teve os pontos disputados confiscados, como fez a COMENBOL ao Santos Futebol
Clube que, com um craque em condição, supostamente, irregular, perdeu três
pontos referentes à partida em que esse atuou, e ainda foi punido, exemplarmente,
com um placar de três a zero, contra? Segundo foi ventilado à época, no que
tangeu à equipe brasileira, ocorreu uma acusação, um julgamento e uma
condenação; quanto à agremiação argentina, como não houve acusação contra ninguém,
não aconteceu julgamento, condenação nem, claro, perda de pontos. Ou seja, para
a COMENBOL, infração devidamente apurada, registrada, anotada, se não houver
contra ela manifestação ou contestação, não há punição. Alguém já falou e a
instituição aceitou: o direito não acolhe aos que dormem.
O Santos não
conseguiu reverter tão absurdo placar, na volta, e ficou pela estrada. Outros
times brasileiros também se viram prejudicados: o Cruzeiro, que teve seu melhor
jogador em campo expulso de maneira que envergonhou meio mundo, por uma
arbitragem obtusa, durante jogo que não perdia até a expulsão; como empatou o segundo
jogo, deixou o torneio. O Grêmio, reclamou de irregularidade cometida pelo
treinador do argentino River Plate, que, não somente admitiu a infração
cometida, como disse que não se arrependia do que havia feito e, ainda assim,
não viu sua equipe ser punida pela COMENBOL, mas sim, disputar e ganhar a mais
longa e controversa copa Libertadores da América.
Outra bagunça veio
a público antes da final do torneio entre River Plate e Boca Juniors:
torcedores do primeiro impediram que jogadores do segundo pudessem atuar na
partida decisiva na casa de “los milonarios”, que não foi realizada por estrita
falta de segurança; desse imbróglio, a única punição aplicada foi a
transferência do jogo para a capital espanhola.
Em razão da força,
da moral e do prestígio da federação argentina de futebol, que ganhou como
conivente insidiosa, irresponsável e benevolente a COMENBOL e contou com a
muda, surda e cega atuação da FIFA, é que, a partir de agora, tentarei torcer
pelo futebol argentino, campeão da mais longa e tumultuada decisão da taça libertadores
da América.
Antes de concluir este texto, a primeira decepção como
neófito torcedor. Sem poder contar com a mamata da COMENBOL, o River Plate,
campeão das Américas, perdeu para um desconhecido time dos Emirados Árabes e
deu adeus à disputa pelo título mundial de dois mil e dezoito. Não joguei a
toalha, resistirei até quando der. ¡Viva el fútbol argentino!
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