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DEUS, DEUSES E O NADA
Elmar Carvalho
(“- Não sejas curioso a respeito
de Deus, / pois eu sou curioso sobre todas as coisas/ e não sou curioso a
respeito de Deus.” – Walt Whitman)
(“E só de nós se esconde o
Pai Onipotente/ para ser meritória e nobre a fé do crente/ e não ser tão culpada
a negação do ateu”. – Alarico da Cunha)
I
– Ainda que pensássemos
numa seqüência de deuses
criados um pelo outro
o mais recente pelo
mais antigo e assim
sucessiva e infinitamente
ainda assim chegaríamos
até o Deus dos deuses
ou até o caos do nada.
Na última hipótese
o nada seria um deus
criador de mitos e de
mundos
e teria que ser
reverenciado.
E a esse deus-nada
eu tiraria meu chapéu
que sequer tenho mas
tiraria.
II
– Mas o nada não cria nada
porque o nada é nada e nada
somado com nada é nada
e multiplicado por nada é
nada.
III
– Se acreditássemos
na seqüência de deuses
criados
um pelo imediatamente
anterior
até chegar ao Deus original
– o Deus dos deuses –
por que não acreditaríamos
no Deus único sem limites
espacial e temporal?
Se o Deus da
Gênese criou o penúltimo
Deus da cadeia de deuses
poderia criar tudo sem
deuses intermediários.
IV
– Num blefe descomunal
poderia até afirmar
que esta realidade não
existe.
Que tudo não passa do sonho
de um deus e que esse
deus sou eu.
Mas o Eterno existe
e esta realidade existe
e quando descobrirmos
o Mistério da Gênese de
Deus
a humanidade será perfeita
e fará
parte do Corpo Místico de
Deus.
Mas então recomeçará um
novo ciclo senão haveria
o grande tédio de Deus.
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