domingo, 22 de março de 2020

NEM DESTRUIREMOS, NEM SALVAREMOS O PLANETA, POR MAIS QUE QUEIRAMOS

Fonte: Google


NEM DESTRUIREMOS, NEM SALVAREMOS O PLANETA, POR MAIS QUE QUEIRAMOS

Antônio Francisco Sousa – Auditor Fiscal (afcsousa01@hotmail.com)

                Fatos, ações que a mídia informativa executa, não raro, sem se preocupar com as consequências imediatas. Exemplo: prefeito da capital adia indicação do nome de Fulano de tal como candidato à sua sucessão, por conta do coronavírus. Que furo, hein? Postergar o anúncio de um nome que ela já sabe, tanto que anuncia? E se o governante mudasse de opinião ou contrariasse o apressadinho, apontando outro nome? O tiro teria saído pela culatra e o furão de araque, com razão, poderia ser tomado por fofoqueiro, emissor de fake news, um profissional ou veículo pouco confiável.

                Vejamos este: Rede Globo manda refazer capítulos de suas telenovelas, deles excluindo cenas em que participariam atores com mais de cinquenta anos. Em não sendo fake new, será que ela estaria, de fato, pensando em poupar os “velhinhos”, alvo-mor do coronavírus? Ou achando que muitos deles, em sendo vítimas da Covid – 19, poderiam não chegar ao final dos folhetins? Se o mal está na cabeça e no coração de quem o vê, assumimos a carapuça; mas que ela fez economia com eles, não há como negar, pois, soube-se que mandou para o olho da rua tradicionais e talentosas figuras históricas.

                Por que jamais vimos em qualquer meio de comunicação, em vídeo ou fotografia, a triste carranca do estimado filósofo da família presidencial e de outros bajuladores, Olavo de Carvalho, sem o indefectível cachimbo ou não fazendo fumaça? Seria por cinismo que pediria para ser assim fotografado/filmado ou, na verdade, o mal-educado indivíduo é mesmo um viciado que não consegue tirar o cachimbo do bico? Que é feito do ministério da saúde, que não adverte nem proíbe a publicação de esse tipo de mídia?

                Quem teria escrito, declarado e/ou documentado, incontestavelmente, que é sempre muito ruim para um país ou nação ser conservador, politicamente, na religião, nos hábitos e costumes? Quem garante que o novo, o inusitado ou inédito, o desconhecido ou experimental, seja a melhor aposta ou opção? Onde estaria atestado ou confirmado que ser vanguardista é ser melhor ou mais inteligente que os demais?

                Depois de essa traulitada dada pelo coronavírus em toda a ciência global – claro que muito de suas nefastas consequências, como a própria Covid 19, deve-se ao descaso dos que pensam e fazem ciência, como aconteceu com outros, antes, que já lhe deram dribles desconcertantes, e muitos que ainda farão o mesmo -, não seria muita pretensão humana, exagerado egoísmo, achar que poderíamos ser salvadores do planeta? Se não o livramos, sequer de microrganismos que nos colocam a todos em situação difícil, arvorar-se seu salvador com providências como a diminuição da quantidade de plástico despejado nos oceanos, tentativas pífias de contenção do aquecimento global, da poluição ambiental que reduz a camada de ozônio, mantendo-se os arsenais atômicos nas mãos de poderosos, parece quimérico, utópico, rompantes de criança arrogante.

                Somos, enquanto homens, seres frágeis e egoístas, com expectativa de vida tão pequena que resulta em tempo insuficiente até para tentar buscar auxílio ou ajuda – possivelmente, necessária, logo, logo -  em outras regiões do espaço sideral. Sabe-se que qualquer ação, prática, exploradora, não virtual ou teórica, cosmo afora, mesmo aos corpos celestes mais próximos, significaria deslocamento em viagens espaciais a distâncias incomensuráveis; movimentar-se na direção de outras galáxias, de outros planetas, será ir a locais distantes dezenas, centenas milhares ou milhões de anos-luz do nosso habitat. 

                Quem garante que não esteja se encaminhando, rumo à Terra, um meteoro gigantesco que, antes que a tal destruição que poderíamos causar ao planeta em razão de nosso desleixo, se efetivasse, fosse por ele concretizada? Ou que uma frente de calor insuportável para os padrões de vida terrestres, autóctone, advinda de vulcões colossais ou oriunda de outros corpos celestes; uma onda de frio glacial nos assolasse; vírus, bactérias ou outros microrganismos, desconhecidos ou não, entrassem em campo, e, antes que pudéssemos perceber de onde teria vindo ou o que poderia ter causado ou provocado a chegada de tanta matéria destrutiva, fôssemos, sumariamente, eliminados?

                Sem prévio, ou com insuspeito aviso, voltaremos ao pó do início; não, simplesmente, por causa do plástico que produzimos, indestrutível, ou da poluição e aquecimento global, inevitáveis. Quem sabe não serão os menores seres vivos, que por aqui estão desde antes de nós, e dos quais, infelizmente, pouco conhecemos, que nos destruirão e salvarão o planeta?

                A ciência tem nos permitido vislumbrar o que está no nosso raio de visão central, quase nada em relação à periferia; como detemos rasteira, superficial ou incipiente concepção sobre o parece urgente, convém-nos, antes de querermos, egoística e, arrogantemente, posar de salvadores do planeta – até porque ele sabe se defender -, tentar, primeiramente, salvarmo-nos.                                 

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