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NEM DESTRUIREMOS, NEM SALVAREMOS
O PLANETA, POR MAIS QUE QUEIRAMOS
Antônio Francisco Sousa – Auditor Fiscal (afcsousa01@hotmail.com)
Fatos,
ações que a mídia informativa executa, não raro, sem se preocupar com as
consequências imediatas. Exemplo: prefeito da capital adia indicação do nome de
Fulano de tal como candidato à sua sucessão, por conta do coronavírus. Que
furo, hein? Postergar o anúncio de um nome que ela já sabe, tanto que anuncia?
E se o governante mudasse de opinião ou contrariasse o apressadinho, apontando
outro nome? O tiro teria saído pela culatra e o furão de araque, com razão,
poderia ser tomado por fofoqueiro, emissor de fake news, um profissional ou
veículo pouco confiável.
Vejamos
este: Rede Globo manda refazer capítulos de suas telenovelas, deles excluindo
cenas em que participariam atores com mais de cinquenta anos. Em não sendo fake
new, será que ela estaria, de fato, pensando em poupar os “velhinhos”, alvo-mor
do coronavírus? Ou achando que muitos deles, em sendo vítimas da Covid – 19,
poderiam não chegar ao final dos folhetins? Se o mal está na cabeça e no
coração de quem o vê, assumimos a carapuça; mas que ela fez economia com eles,
não há como negar, pois, soube-se que mandou para o olho da rua tradicionais e
talentosas figuras históricas.
Por
que jamais vimos em qualquer meio de comunicação, em vídeo ou fotografia, a
triste carranca do estimado filósofo da família presidencial e de outros
bajuladores, Olavo de Carvalho, sem o indefectível cachimbo ou não fazendo
fumaça? Seria por cinismo que pediria para ser assim fotografado/filmado ou, na
verdade, o mal-educado indivíduo é mesmo um viciado que não consegue tirar o
cachimbo do bico? Que é feito do ministério da saúde, que não adverte nem
proíbe a publicação de esse tipo de mídia?
Quem
teria escrito, declarado e/ou documentado, incontestavelmente, que é sempre
muito ruim para um país ou nação ser conservador, politicamente, na religião,
nos hábitos e costumes? Quem garante que o novo, o inusitado ou inédito, o
desconhecido ou experimental, seja a melhor aposta ou opção? Onde estaria
atestado ou confirmado que ser vanguardista é ser melhor ou mais inteligente
que os demais?
Depois
de essa traulitada dada pelo coronavírus em toda a ciência global – claro que
muito de suas nefastas consequências, como a própria Covid 19, deve-se ao
descaso dos que pensam e fazem ciência, como aconteceu com outros, antes, que
já lhe deram dribles desconcertantes, e muitos que ainda farão o mesmo -, não
seria muita pretensão humana, exagerado egoísmo, achar que poderíamos ser
salvadores do planeta? Se não o livramos, sequer de microrganismos que nos
colocam a todos em situação difícil, arvorar-se seu salvador com providências
como a diminuição da quantidade de plástico despejado nos oceanos, tentativas
pífias de contenção do aquecimento global, da poluição ambiental que reduz a
camada de ozônio, mantendo-se os arsenais atômicos nas mãos de poderosos,
parece quimérico, utópico, rompantes de criança arrogante.
Somos,
enquanto homens, seres frágeis e egoístas, com expectativa de vida tão pequena
que resulta em tempo insuficiente até para tentar buscar auxílio ou ajuda –
possivelmente, necessária, logo, logo -
em outras regiões do espaço sideral. Sabe-se que qualquer ação, prática,
exploradora, não virtual ou teórica, cosmo afora, mesmo aos corpos celestes
mais próximos, significaria deslocamento em viagens espaciais a distâncias
incomensuráveis; movimentar-se na direção de outras galáxias, de outros
planetas, será ir a locais distantes dezenas, centenas milhares ou milhões de
anos-luz do nosso habitat.
Quem
garante que não esteja se encaminhando, rumo à Terra, um meteoro gigantesco
que, antes que a tal destruição que poderíamos causar ao planeta em razão de
nosso desleixo, se efetivasse, fosse por ele concretizada? Ou que uma frente de
calor insuportável para os padrões de vida terrestres, autóctone, advinda de
vulcões colossais ou oriunda de outros corpos celestes; uma onda de frio
glacial nos assolasse; vírus, bactérias ou outros microrganismos, desconhecidos
ou não, entrassem em campo, e, antes que pudéssemos perceber de onde teria
vindo ou o que poderia ter causado ou provocado a chegada de tanta matéria
destrutiva, fôssemos, sumariamente, eliminados?
Sem
prévio, ou com insuspeito aviso, voltaremos ao pó do início; não, simplesmente,
por causa do plástico que produzimos, indestrutível, ou da poluição e
aquecimento global, inevitáveis. Quem sabe não serão os menores seres vivos,
que por aqui estão desde antes de nós, e dos quais, infelizmente, pouco
conhecemos, que nos destruirão e salvarão o planeta?
A
ciência tem nos permitido vislumbrar o que está no nosso raio de visão central,
quase nada em relação à periferia; como detemos rasteira, superficial ou
incipiente concepção sobre o parece urgente, convém-nos, antes de querermos,
egoística e, arrogantemente, posar de salvadores do planeta – até porque ele
sabe se defender -, tentar, primeiramente, salvarmo-nos.
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