DIÁRIO
[Ainda e de novo o novo corona]
Elmar Carvalho
23/04/2020
Na revista
Veja, edição 2681, do dia 8, na página 29, em que aparece uma foto da bela e
fera, mais bela que fera Massafera, em que esta, numa “crise” de humildade ou
choque de realidade, diz que em sua casa “não tem mais hierarquia”, leio esta
frase do escritor Luís Fernando Veríssimo, de 83 anos, piadista nato: “Sou
cardíaco, diabético e velho. O vírus que me pegar vai ganhar uma tríplice
Corona.”
Sem dúvida
ele brincava com a etimologia da palavra corona, que vem do latim, e significa
coroa. De minha parte não lhe tenho inveja, uma vez que também sou um
Trismegistus, ou seja, um tríplice coroado: também sou velho, embora não tanto
quanto ele; não sou diabético, mas tenho hipertireoidismo e, não sendo
cardíaco, sou ao menos hipertenso. Portanto, sem honra nenhuma, faço parte de
três grupos de risco, no referente ao famigerado vírus que assola e assombra a
humanidade.
No tocante à
frase da graciosa Grazi, acima citada, acrescento que hoje, nestes tempos de
quarentena e intocáveis entocados, muitos famosos, milionários e poderosos passaram a
tratar melhor seus colaboradores e já fazem alguma coisa dentro de casa, pelo
menos um ovo cozido ou um café solúvel, e, vez que outra, lavam um copo.
Embora num contexto diferente, talvez
não seja fora de propósito relembrar o grande orador romano Cícero: “O tempora,
o mores! [Oh, tempos, oh, costumes!]”. Oxalá, passada a crise, talvez os tempos
melhorem, com pessoas que venham a se tornar melhores.
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