terça-feira, 20 de abril de 2021

O Rei RC

Fonte: O Globo/Google


O Rei RC


Carlos Rubem


Em criança, ouvia pelo rádio os sucessos do Iê, iê, iê, movimento artístico dos anos sessenta. Denominação do rock’n’roll brasileiro influenciado pelo quarteto de Liverpool: The Beatles.


Naquela época, a juventude frequentava quase que diariamente o espaço cultural do Café Oeiras. A radiola deste “point” só rolava este estilo musical.


Por essa época, o vovô Joel Campos viajou a Teresina. Por mim solicitado, ao retornar, trouxe-me de presente uma calça comprida na qual era assentado um pedaço de napa à altura dos joelhos e uma camisa quadriculada com um bóton exibindo um calhambeque. Muito compenetrado, vestia estas peças de roupa como se fosse um dos integrantes da Jovem Guarda.


Talvez em 1966, presenciei uma cena que nunca me saiu da memória. Estava no intervalo de um jogo de futebol num campo de várzea aonde hoje é localizada a sede diocesana. Em meio a outras pessoas, vi o então seminarista Noé Mendes, de forma performática, cantando “Quero que tudo vá pro inferno”, canção de autoria do Roberto Carlos.


No início da minha adolescência, havia as tertúlias em casa de pessoas amigas. Os embalos românticos do Rei RC eram executados repetidas vezes. “Como vai você” era a minha música preferida. Tempo bom da gente bailar coladinho às garotas. Os hormônios dos dançarinos entravam em erupção. Algumas pudicas moçoilas empinavam o traseiro evitando o proverbial sarro.


Evidente que muito ansiava o final de cada ano para conhecer o lançamento dos novos discos do ilustre filho de Cachoeira do Itapemirim e assistir ao seu show no período natalino, via TV Globo.


Porém, nunca fui seu fã de carteirinha, mas gosto muito do conjunto de sua obra musical. Muito de suas melodias ainda me deixam em estado de êxtase.


No entanto, após a leitura de “O Réu e o Rei - minha história com Roberto Carlos, em detalhes”, de autoria do jornalista Paulo Cérsar de Araújo, livro que faz minudente relato acerca da polêmica havida entre ambos em face da intransigência do astro nacional ao tentar monopolizar a divulgação da sua biografia, fiquei, de certa forma, decepcionado com o mesmo.


Hoje (19.04.2021), assinala os 80 anos do nascimento da aludida personalidade. Junto-me à sua legião de admiradores que celebra esta efeméride. 


O ídolo em comento continua arrancando aplausos, até das novas gerações!

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