Josélia, em tela de Rogério Albino |
JOSÉLIA
Elmar Carvalho
(Em lembrança de minha irmã
falecida aos
15 anos de idade, em 02 de julho de 1978.)
Fui pisado
pela terra.
Fui pisado
pela terra,
eu que sempre
procurei pisar
nas nuvens e
no céu.
Sem dormir sonhei,
mas o sonho acabou
antes de haver
começado.
(Ainda bem, porque
o sonho era mau.)
Sonhei que minha
irmã morrera,
mas ela não morreu.
Era tão cheia de vida
que continua viva
na lembrança dos
que ficaram.
Ela continua viva
porque houve apenas
uma metamorfose
existencial.
Seu sorriso
seu (e)terno
sorriso
sem precisar da
matéria para
ser desfraldado
continua estampado
em seu rosto
imaterial.
Josélia tinha a pureza dos
inocentes
a inocente malícia dos
felizes
e a beleza dos que não são
deste mundo cão.
Por isso foi
para o céu de
onde (vi)era.
Houve somente uma "metamorfose existencial". Ainda bem! Que sentido teria a vida, se tudo se acabasse com o desencarne?! Como Deus é perfeito, não teria creado nada imperfeito, principalmente aquele que é a Sua Imagem. Nem nos crearia para o isolamento, solidão.
ResponderExcluirO encontro, é certo.
Acredito que a vida continuará, numa das várias moradas do Pai, como disse Jesus.
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