Fonte: Google |
Como a Flor do Bulebule (*)
J. Coriolano (1829 - 1869)
Os cabelos de Maria
À mais leve exalação
Se embalançam,
Brincam, dançam.
Buliçosos eles são,
Como a flor do bulebule,
Aos beijos da viração.
Anelados por seus ombros
De uma candura sem fim,
Ora adejam,
Ora beijam
O seu seio de marfim.
Como a flor do bulebule,
A brisa agita-os assim.
Quem a visse descansando
Sua face sobre a mão
Docemente
Negligente,
Dissera-a etérea visão,
Ou a flor do bulebule,
Se não sopra a viração.
Mas e a brisa se levanta
Como as aves de manhã,
Os cabelos,
Louros, belos,
Da terna virgem – louçã,
Como a flor do bulebule,
Beija-os a brisa da chã.
Os cabelos de Maria,
Aos beijos da viração
Se embalançam,
Brincam, dançam
Resplendem meigo clarão.
Como a flor do bulebule,
Seus lindos cabelos são.
(*) O nome mais corrente hoje dessa planta é bole-bole. Optei por deixar a grafia que se encontra no livro “Poesias de José Coriolano de Souza Lima”, organizado por Saulo Barreto Lima Fernandes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário