ASAS PERDIDAS
Félix Pacheco (1879 – 1935)
Sobre as asas de um Anjo, asas de
neve, espalmas,
Em peregrinação pelas altas esferas,
Subiste, a fruir no Azul eternas primaveras,
Infinitas manhãs luminosas e calmas.
Escutaste a canção misteriosa das Almas,
Que, chumbadas ao Pó, viveram noutras eras,
Percorreste o país de ouro e luz das Quimeras,
De brando Serafim sobre as asas espalmas.
Dessas asas ideais, voando por Outros Mundos,
Caíste, sombra de um Sonho apagado e disperso,
Nos abismos do Vácuo infinitos e fundos,
Rolando ficarás para sempre no Espaço,
Rolando e crendo ouvir, em ruidoso fracasso,
Contigo e sobre ti rolar todo o Universo!
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