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IN TENEBRIS
Da Costa e Silva (1885 - 1950)
Cego, tateio em vão, num caminho
indeciso...
Que é feito desse amor que tanto
me entristece,
Que nasceu de um olhar, germinou
num sorriso,
Que viveu num segredo e morreu
numa prece?!
É um mistério talvez; desvendá-lo
preciso.
A alma sincera e justa—odeia, não
esquece...
Si essa a quem tanto quis hoje me
não conhece,
Morra a ventura vã que debalde idealizo.
Ai! desse amor nasceu a dor que
me subjuga:
A dor me fez verter a lágrima
primeira,
E a lágrima, a brilhar, cava a
primeira ruga...
Atra desilusão crava-me a garra
adunca.
Cego de amor, em vão tateio a
vida inteira,
Buscando o amor feliz e esse amor
não vem nunca.
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