quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

UMA LEMBRANÇA ANTIGA DO FONSECA NETO

Posse de Elmar Carvalho, no D. Acad. 3 de Março: Jorge Luís, Elmar, Fonseca Neto, Horácio da Costa Mourão e Lindalva.

Antônio, Mariano, funcionário do CMRV, sargento Ribamar, Elmar Carvalho, professor Cândido de Almeida Athayde e Antônio de Albuquerque Monteiro. Formatura no Curso de Administração de Empresas, turma de 1980.

 

UMA LEMBRANÇA ANTIGA DO FONSECA NETO


Elmar Carvalho


Após sua concorrida festa de posse, encontrei ontem, na APL, o novel acadêmico Fonseca Neto. Perdi o posto de “benjamim” para ele, que fica agora na extremidade dos modernos, enquanto a professora Nerina Castelo Branco continua na extremidade dos mais antigos, ocupando o decanato. Seu longo discurso, foi bastante encurtado pela emoção e beleza do conteúdo, que nos prendeu a atenção e nos arrancou aplausos. Tive a honra e a satisfação, na qualidade de 1º secretário da Academia, de ler o seu termo de posse, e fiz questão de fazê-lo em alto e bom som.

Conheço-o faz mais de trinta anos, quando ele esteve na solenidade em que tomei posse do cargo de presidente do Diretório Acadêmico “3 de Março”, em Parnaíba. Depois, o apoiei em sua campanha vitoriosa para o Diretório Central dos Estudantes – DCE-UFPI. Em 1979, encontrei-me com ele na praia de Atalaia, oportunidade em que sorvemos umas cervejas, e entramos em altos “papos”, de conteúdo cultural, político, ideológico, histórico, que a nossa ardente e emotiva juventude impulsionava.

Estiveram conosco outras pessoas, que as brumas do tempo já diluíram em nossa memória, mas, eu e ele, achamos que poderiam ser, entre outros, o Reginaldo Costa e o Bernardo Silva, do jornal Inovação, e talvez o poeta Alcenor Candeira Filho. Afinal, assim já se passaram mais de trinta anos. No calor e empolgação da conversa – e por que não confessar? – da libação etílica, perdemos a noção da passagem do tempo, e o fato é que o nosso bravo e novel acadêmico Fonseca Neto perdeu o bonde (no caso, o ônibus que o transportara ao litoral), mas não perdeu a esperança, como Drummond, em seu poema.

Seguiu comigo para Parnaíba, em minha motocicleta CG-125. Mas, para novo infortúnio do Fonseca, quando nos aproximávamos da cidade, minha moto parou de funcionar por falta de gasolina. Para atenuar a minha culpa, pela possível imprevidência, devo esclarecer que esse modelo de veículo não possuía, na época, mostrador de combustível, mas apenas um dispositivo manual para colocação na reserva.

Quando nos sentíamos desamparados, eis que um automóvel Brasília parou ao nosso lado. Era o deputado Elias Ximenes do Prado, meu conhecido, que nos oferecia carona. Aliás, em muito boa hora, pois o Fonseca conseguiu embarcar em ônibus da extinta empresa Marimbá, cuja agência ficava na avenida Capitão Claro, quase no cruzamento com a Álvaro Mendes. Consta que no outro ônibus, que trouxera o Fonseca, os seus colegas voltaram entristecidos, achando que ele teria se afogado ou teria sido arrebatado por alguma entidade marinha, e ido para as encantadas terras do sem fim.

O deputado Elias me levou a um posto de combustível, onde adquiri gasolina, e me conduziu até onde ficara minha motocicleta, que voltou a funcionar a pleno vapor. E voltei a varar o tempo e o vento, parafraseando um poema de Alcenor, dos nossos bons tempos de motociclistas.

7 de março de 2010

3 comentários:

  1. Fico contente de que o amigo Getirana tenha apreciado.

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  2. Bela Lembrança. Na época, suponho, que a pessoa tinha que calcular quantos kilometros percorria para abastecer a moto. Como falamos na caserna quando acontece algum imprevisto: "tem que ter história", para contar depois.

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