O meu Cinema Paradiso
Paulo Couto
Lembrei do Caramba e do José que vendiam bombons em tabuleiros de madeira em dias de sessão de cinema no Cine Teatro Eden de Parnaíba. Um deles vendia do lado de fora, o outro vendia na entrada do cinema. Comprar ingressos era numa bilheteria, não dava para enxergar quem vendia.
Tinha meia entrada para estudantes e inteira para adultos. Ainda hoje é assim nos Teatros, Parques de diversão e nos Circos que infelizmente estão em extinção. Atualmente existem salas de exibição de filmes nos shoppings com telas pequenas pra muita gente assistir.
No meu tempo era muito melhor, tinha mais emoção, as telas eram enormes e quando o filme era bom, tinha que chegar cedo para pegar a fila que muitas vezes chegava a dobrar a esquina do quarteirão. Tinha filme que ficava em cartaz várias semanas. Muitas vezes entrei no prédio só para ver os cartazes dos filmes que anunciavam para breve. Ficava imaginando qual seria o melhor filme de bang bang que assistiria depois.
Cheguei a presenciar, antes do início da exibição dos filmes, pessoas que chegavam cedo, bem vestidas. Era uma atração a mais e um momento de se mostrar. Parnaíba com seus trinta a quarenta mil habitantes, tinha poucas opções de lazer. O prédio onde funcionou o Cinema continua em pé, mas foi repartido em pontos comerciais.
O José durante muito tempo ocupou um pequeno espaço na frente do Cine Eden. Algumas vezes levei relógio para ele trocar a bateria. Não era mais vendedor de bombons, mesmo assim dava pra bater um bom papo e de quebra ganhar bombons pipper que ele fazia questão de me dar, um dos meus bombons preferidos com gostinho de hortelã.
Nota: O título da Crônica faz alusão ao filme Cinema Paradiso.
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