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ALEGORIA DA FOME
Elmar Carvalho
A pobreza um dia
bateu à minha porta
sob a forma de um menino
magro, sujo e maltrapilho.
E catou com suas mãos
esquálidas
o sujo conteúdo
de meus sacos de lixo.
Foi quando eu saía
para o trabalho.
O menino, ou antes, um
bicho assustado correu.
Fui no seu encalço
em minha moto uivante.
O menino correu ainda mais,
varou cercas de arame
farpado,
penetrou no terreno baldio
por entre
arbustos espinhentos e
urtigas,
com olhos e gestos de
terror,
como se eu fosse espancá-lo.
E eu somente queria dizer
que ele podia catar o lixo.
Apenas não espalhasse
o resto do lixo
sobre a calçada.
Mas o meu pequeno irmão
feito bicho espavorido
tem medo dos outros bichos
que se dizem seu irmão.
E o meu irmão tem razão.
Anos atrás tínhamos aquele olhar para instituições, pessoas que desenvolviam ações para minimizar essa realidade, hoje se tornou tão comum que nem fotos vimos, pois a realidade é tão visível, fazendo parte do cotidiano "...fazer o quê????"...
ResponderExcluirO pior é que esse poema foi inspirado em um fato da vida real.
ResponderExcluirAs pessoas nem sempre são solidárias.Muitos só pensam em si e nos seus.A maioria da humanidade só pensa no seu bem estar e esquece que a fome está matando especialments as crianças.
ResponderExcluirSomente após a publicação do poema, fiquei sabendo que hoje é o Dia Mundial dos Pobres.
ResponderExcluirO que mais me magoa é saber que isso acontece em um país que tinha tudo para dar certo, mas distribui o que arrecada com quem não precisa, daí a parte dos pobres nunca chega até eles.
ResponderExcluirParabéns pela sensibilidade social.
ResponderExcluirYour post was fantastic! Your ideas are intriguing. Keep up the good work and write more!
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