Mistérios da vida, do tempo e do espaço
Elmar Carvalho
O acadêmico Jônathas Barros Nunes postou no grupo de WhatsApp
da APL a seguinte fotografia de uma
galáxia,
“Colegas, é simplesmente alucinante!
ESTA GALÁXIA IC1101 É
UMA DAS MAIORES JÁ OBSERVADAS ATÉ HOJE, NO UNIVERSO!
Os Astrônomos estimam que seu diâmetro seja de milhões de
anos-luz, o que faz com que NOSSA VIA LÁCTEA, comparada com ela, seja tão
minúscula.
Por outro lado, a IC 1101 está localizada a mais de um bilhão
de anos-luz da Terra e contém cerca de 100 trilhões de estrelas.
Tenho por vezes, meditado!
Acho que há um certo exagero quando CARL SAGAN afirma que o ser humano é
apenas e tão somente um grão de poeira cósmica atravessado por um raio de luz.
Na verdade, acho que não chega a ser nem isso!”
Ante seu comentário, postei o seguinte:
Comandante,
Nessa área, quando a gente pensa que já viu quase tudo, descobre que ainda
não viu quase nada.
Ele, então, retrucou:
“Noite de preamar! Bom dia, Comandante Elmar!
Se non é vero, é Bene trovato!”
Fiz, então, uma série de indagações:
E aí eu me pergunto: como um negócio tão descomunalmente
grande poderia sair do nada?
E como o nada poderia criar
algo tão complexo como um ser vivo?
Sequer conseguimos definir ou explicar de forma precisa o
que seja a vida.
Essa galáxia é estonteante em sua grandeza.
Estou me deleitando agora com a Enciclopédia Britânica para
curiosos, que fala dessas coisas de forma didática.
O nosso corretor automático é surpreendente; quando escrevi deleitando, ele (me) corrigiu para deletando. E aí, diante dessa gigantesca galáxia, eu me senti um nadinha de nada. Kkkkkkk.
O Comandante Jônathas contra-atacou:
“Cmte Elmar, suas indagações fazem sentido.
Acredito que essas mesmas indagações povoaram a mente de
Einstein e de Carl Sagan!
Como consequência, o primeiro acabou oferecendo ao mundo a
mais bela de todas as teorias físicas modernas: a Teoria da Relatividade
Restrita, aos 27 anos de idade, e a Teoria da Relatividade Geral, já com 37
anos. O segundo, Carl Sagan, soube explicar de forma didática algumas das
questões mais intrigantes da Ciência, e graças a ele existe hoje um aparelho em
funcionamento permanente, noite e dia, vasculhando a possível chegada de algum
sinal de vida inteligente no espaço galático.”
Não sendo mais jovem, mas ainda sendo ousado, revidei:
Verdade. E para relaxar, segue um poema de minha autoria, tangenciando essa temática:
EM TRANSE
Superando a relatividade
do tempo e do espaço,
quero não estar ao mesmo tempo
no tempo e no espaço.
Indo além
da barreira do tempo e do espaço,
eu galguei o infinito
ao ficar infinitamente
pequeno.
Projetando-me
além do tempo e do espaço,
eu vi o caos
do nada.
Perdido no
tempo parado
e no espaço desfeito,
vi sangues azuis,
cobras multicores,
lagartas de fogo
e outras alucinações
girando vertiginosamente
em apocalíptica
coreografia.
E eu para sempre
fiquei perdido no
tempo e no espaço
perdidos em vão.
Após quase três horas, em que Jônathas Nunes deve ter entrado
em hibernação e altas ruminações mentais, ele arrematou nosso diálogo com chave
de ouro, graças à sua grande inteligência e elevados conhecimentos científicos,
em que analisou meu poema à luz da física, da metafísica e de sua criativa
especulação interpretativa:
“Comandante Elmar,
Bravura de poema! E como você relata, elaborado em estado de transe! Vale dizer, com os circuitos neurais, para além do espaço-tempo!
Nessa situação vivida por você na elaboração desse poema, EM ESTADO DE TRANSE, quero crer se tornam aplicáveis algumas das conclusões da Teoria da Relatividade Geral, de que qualquer fragmento de matéria ou energia(massa de repouso zero), viajando a velocidade da luz, 300.000 km/s, o tempo para de passar. Em transe, a sensação é a mesma: o amigo ter a sensação de que “galgou o infinito” é a mesma de que o infinito se tornou, durante o transe, infinitamente pequeno ele. Uma primeira consequência deste fenômeno incrível é que desde o momento em que um fóton(massa de repouso zero) é produzido até o momento em que é aniquilado, nem sequer uma fração de segundo passa por ele. Mesmo que o fóton seja gerado numa estrela muito distante e viaje através do cosmos talvez por bilhões de anos, pois o tempo para ele, não corre, não passa. Do ponto de vista dele, tal como para uma pessoa no ESTADO DE TRANSE, o universo parece congelado para sempre. O bom dessa história toda é que o fóton nasce e morre sem se dar conta da travessia! Já o fragmento de matéria complexa sai dele vivo, embora sem entender o que fez lá dentro.”
Vocês me fizeram sentir-me pequeno à luz de tanta relatividade do tempo e espaço... Sou mesmo lagarta de fogo girando vertiginosamente em apocalíptica
ResponderExcluircoreografia.