sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Sobre uma obra que já nasce eterna!



Sobre uma obra que já nasce eterna!


Claucio Ciarlini (*)


       Algumas vezes já afirmei isso, mas faço questão de neste espaço repetir: as melhores obras literárias são aquelas que, além de trazerem um rico enredo, ainda conseguem nos transportar para as nossas próprias lembranças. São livros deste naipe, que possuem a força de não só tocar nossas mentes, nos deixando mais sábios, como também alcançar os nossos corações. E isso é uma marca presente na maioria das obras do escritor (e ser humano) Altevir Esteves. Com esta mesma confiança, digo que as próximas páginas, premiado leitor, consistem no auge de tudo que Altevir vem produzindo durante os anos, ao menos no quesito já mencionado, ou seja, o de conseguir atingir nosso intelecto, mas também mergulhar na nossa alma, as nossas sensações. 

“Escapei Fedendo” é um título um tanto cômico, e o livro também o é em alguns momentos, assim como outros lançamentos do autor, sempre trazendo pitadas preciosas de humor. Porém não se engane, consiste apenas em recurso para que a leitura se torne mais prazerosa. O mesmo digo da ação, das aventuras e do suspense contidos nestas linhas muito inspiradas. Artifícios de um experiente homem das letras que sempre consegue nos prender e nos cativar a cada produção. E nesta, em especial e na minha humilde opção, foi a que mais obteve sucesso. Porém, a maior força desta obra, certamente está na parte dramática, nos instantes em que somos pegos de surpresa, por momentos pra lá de emocionantes, lições de vida forte demais para os nossos sentidos não se comoveram durante o processo, fazendo com que as narrativas se tornem eternas, assim como inesquecíveis são as histórias dos grandes clássicos, de Assis Brasil, Fontes Ibiapina, Elmar Carvalho e outros grandes.

Este livro nasce assim, independente da repercussão que ele irá ter, já nasce eterno. Bem idealizado, escrito e organizado. Com um diferencial importante, de que praticamente não há momentos monótonos ou desnecessários. Tudo é muito bem encaixado, nos momentos precisos, fazendo com que nossa atenção seja a todo o tempo mantida. Isso é ṕara poucos. E assim é Altevir Esteves, alguém que sempre consegue em seus livros, tanto nos prender, como nos fazer refletir, emocionar. Dizer mais do que isso, será estragar a experiência, como dizem hoje em dia, seria “dar spoiler”, de uma das mais incríveis obras que já tive contato, e olha que já andei lendo muita coisa nesta vida (além de também ter escapado de poucas e boas).


(*) Escritor, editor e jornalista cultural. Membro da APAL.

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