Eterno retorno a José de Freitas
Elmar Carvalho
Neste sábado passado [23/08/2025], à boca da noite, estive na
cidade de José de Freitas para participar da solenidade de lançamento do livro
José de Freitas: entre o Marataoan e o Parnaíba, o livro da nossa história, da
autoria de Fernando de Almendra Freitas, economista e ex-prefeito do município.
No pleito de 1988, foi o vereador mais votado. Em sua gestão
à frente do Poder Executivo Municipal, o governo estadual construiu o açude do
Bezerro, que vem contribuindo para o fortalecimento da economia, do turismo e
do lazer da região. Era governador Antônio de Almendra Freitas Neto, seu primo,
que se encontrava presente à solenidade.
A cerimônia contou com a presença de inúmeros parentes,
amigos e conhecidos do autor, entre os quais menciono: Rosilda Freitas, sua
esposa; o ex-governador Freitas Neto; o vereador, escritor e jornalista Pedro
Alcântara do Nascimento; o médico Ferdinand Freitas; Maria Freitas, viúva de
Robert Freitas, prefeito e deputado estadual; e o médico Elias Lima, presidente
da Academia Freitense de Letras, idealizada por Fernando.
Estiveram também no evento literário os seguintes membros da
referida Academia: o advogado Antônio Carlos Costa; Francisco Costa,
auditor-fiscal do Estado; Gilmar Leite, que falou em nome da entidade; o
professor e escritor Zito Cruz; e o ex-vereador e historiador Antônio Sampaio
Pinto. Representando a Academia de Letras de Miguel Alves, marcou presença o
escritor e poeta Frederico Rebelo Torres.
Usaram da palavra Fernando Freitas, Gilmar Leite, Pedro
Alcântara do Nascimento, Freitas Neto e este escriba, que enalteceram a obra e
seu autor, comentando suas evidentes qualidades, sobretudo pelo volume de
preciosas informações sobre o município.
Creio que seja a obra magna do escritor e historiador
Fernando de Almendra Freitas. Do meu conhecimento, é o mais importante livro
sobre a história de José de Freitas, pela quantidade e qualidade de suas
informações. Basta que se diga que o autor vinha elaborando-o há quase trinta
anos, em busca da maior proximidade possível da verdade histórica, e não de
narrativas tendenciosas ou lendárias.
No seu afã de busca da verdade, chegou a contrariar certos relatos tradicionais, que eram contados como se fossem fatos verdadeiros, quando não o eram, como reconhece Elias Lima, o seu prefaciador:
“No entanto, é necessário ousar, e Fernando faz nova narrativa sobre a origem deste município, mudando o eixo da história quando afirma que Francisco da Cunha Castelo Branco nunca esteve no Piauí, portanto não poderia ter fundado a fazenda Boa Esperança. Essa incumbência coube ao seu genro, o Comissário-Geral de Cavalaria Dom Manuel Carvalho de Almeida (...). Ele e sua esposa (Clara da Cunha e Silva Castelo Branco) receberam em sesmaria esta porção de terra em 1741 e fundaram a fazenda Boa Esperança, edificando a Capela de Nossa Senhora do Livramento.”
O autor declara, em sua nota preambular, que o principal
objetivo de seu livro é resgatar a história do povo e do município, tornando-a
acessível a estudantes, pesquisadores e professores. E bem soube cumprir esse
desiderato, em linguagem concisa, clara, objetiva e com notável correção
gramatical — qualidades raras em um livro volumoso, de mais de quinhentas
páginas.
Além de se debruçar, com muita percuciência, sobre a história
do município, desde os seus primórdios ou origens mais remotas, o autor também
abordou outros assuntos paralelos ou afins, tais como biografias de
personalidades notáveis, as principais e mais célebres casas de fazenda,
aspectos genealógicos, religião, povos indígenas, a escravidão negra, costumes,
geografia, hidrografia, lazer, esporte, ambientalismo etc.
Em meu sintético pronunciamento, ao evocar o breve ano em que
morei na então linda e bucólica cidade de José de Freitas – numa das quadras
mais felizes de minha vida –, disse que a lembrança desse tempo continuava a
revoar em minha saudade e em minha memória de forma perene, incessante.
Encerro esta crônica com estes versos de meu poema
Livramento: Pedra e Abstração:
Que é Livramento?
Livramento
é uma revoada de santos,
anjos e meninos sobre um morro
que também voa.
Onde, agora, o morro?
O morro continua lá
e em minha memória incessante,
escalado por
meninos que são anjos
do além do bem e do mal.
Livramento José de Freitas terra de muitas histórias de bravura heroísmo e cultura o livro em foco retrata tudo além da geografia e economia um imigrante lisboeta tinha o apelido de marinheiro revolucionou a Vila
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