segunda-feira, 25 de agosto de 2025

Eterno retorno a José de Freitas

 

Elmar Carvalho, Pedro Alcântara e Frederico Rebelo
Criação: ChatGPT



Eterno retorno a José de Freitas

 

Elmar Carvalho

 

Neste sábado passado [23/08/2025], à boca da noite, estive na cidade de José de Freitas para participar da solenidade de lançamento do livro José de Freitas: entre o Marataoan e o Parnaíba, o livro da nossa história, da autoria de Fernando de Almendra Freitas, economista e ex-prefeito do município.

No pleito de 1988, foi o vereador mais votado. Em sua gestão à frente do Poder Executivo Municipal, o governo estadual construiu o açude do Bezerro, que vem contribuindo para o fortalecimento da economia, do turismo e do lazer da região. Era governador Antônio de Almendra Freitas Neto, seu primo, que se encontrava presente à solenidade.

A cerimônia contou com a presença de inúmeros parentes, amigos e conhecidos do autor, entre os quais menciono: Rosilda Freitas, sua esposa; o ex-governador Freitas Neto; o vereador, escritor e jornalista Pedro Alcântara do Nascimento; o médico Ferdinand Freitas; Maria Freitas, viúva de Robert Freitas, prefeito e deputado estadual; e o médico Elias Lima, presidente da Academia Freitense de Letras, idealizada por Fernando.

Estiveram também no evento literário os seguintes membros da referida Academia: o advogado Antônio Carlos Costa; Francisco Costa, auditor-fiscal do Estado; Gilmar Leite, que falou em nome da entidade; o professor e escritor Zito Cruz; e o ex-vereador e historiador Antônio Sampaio Pinto. Representando a Academia de Letras de Miguel Alves, marcou presença o escritor e poeta Frederico Rebelo Torres.

Usaram da palavra Fernando Freitas, Gilmar Leite, Pedro Alcântara do Nascimento, Freitas Neto e este escriba, que enalteceram a obra e seu autor, comentando suas evidentes qualidades, sobretudo pelo volume de preciosas informações sobre o município.

Creio que seja a obra magna do escritor e historiador Fernando de Almendra Freitas. Do meu conhecimento, é o mais importante livro sobre a história de José de Freitas, pela quantidade e qualidade de suas informações. Basta que se diga que o autor vinha elaborando-o há quase trinta anos, em busca da maior proximidade possível da verdade histórica, e não de narrativas tendenciosas ou lendárias.

No seu afã de busca da verdade, chegou a contrariar certos relatos tradicionais, que eram contados como se fossem fatos verdadeiros, quando não o eram, como reconhece Elias Lima, o seu prefaciador:

“No entanto, é necessário ousar, e Fernando faz nova narrativa sobre a origem deste município, mudando o eixo da história quando afirma que Francisco da Cunha Castelo Branco nunca esteve no Piauí, portanto não poderia ter fundado a fazenda Boa Esperança. Essa incumbência coube ao seu genro, o Comissário-Geral de Cavalaria Dom Manuel Carvalho de Almeida (...). Ele e sua esposa (Clara da Cunha e Silva Castelo Branco) receberam em sesmaria esta porção de terra em 1741 e fundaram a fazenda Boa Esperança, edificando a Capela de Nossa Senhora do Livramento.”

O autor declara, em sua nota preambular, que o principal objetivo de seu livro é resgatar a história do povo e do município, tornando-a acessível a estudantes, pesquisadores e professores. E bem soube cumprir esse desiderato, em linguagem concisa, clara, objetiva e com notável correção gramatical — qualidades raras em um livro volumoso, de mais de quinhentas páginas.

Além de se debruçar, com muita percuciência, sobre a história do município, desde os seus primórdios ou origens mais remotas, o autor também abordou outros assuntos paralelos ou afins, tais como biografias de personalidades notáveis, as principais e mais célebres casas de fazenda, aspectos genealógicos, religião, povos indígenas, a escravidão negra, costumes, geografia, hidrografia, lazer, esporte, ambientalismo etc.

Em meu sintético pronunciamento, ao evocar o breve ano em que morei na então linda e bucólica cidade de José de Freitas – numa das quadras mais felizes de minha vida –, disse que a lembrança desse tempo continuava a revoar em minha saudade e em minha memória de forma perene, incessante.

Encerro esta crônica com estes versos de meu poema Livramento: Pedra e Abstração:

Que é Livramento?

 Livramento

é uma revoada de santos,

anjos e meninos sobre um morro

que também voa.

Onde, agora, o morro?

 

O morro continua lá

e em minha memória incessante,

escalado por

    meninos que são anjos

do além do bem e do mal.

Um comentário:

  1. Livramento José de Freitas terra de muitas histórias de bravura heroísmo e cultura o livro em foco retrata tudo além da geografia e economia um imigrante lisboeta tinha o apelido de marinheiro revolucionou a Vila

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