Criação: AI Gemini |
Estimado camarada Elmar,
Amigo, li atentamente sua crônica
intitulada “Tempos republicanos” e me fez lembrar alguns momentos e outras
sentimentalidades. Nunca morei em república, mas meu irmão Chico Wilson, morou
numa em São João dos Patos, no Maranhão, quando foi assumir o cargo de bancário
do BB nos anos 70. Portanto, quando eu ia de férias visita-lo ficava hospedado
em uma república aos moldes talhados por você no seu texto.
Ainda sobre seu texto, creio que
o cidadão Carlos a que você se refere deve ser o mesmo que foi meu colega de
tralhado na Secrel. Tratava-se de um cidadão alto, claro e usava óculos, porém
com mais destaque sobre sua postura proativa de se determinar aos afazeres
profissionais. Salvo melhor juízo ele era contador e abdicou do emprego na
Secrel para laborar por conta própria.
Sobre a Da. Mariema e o tenente
Jaime da Paz, genitores do seu ex-colega de república, Jaime Filho, lembro
desse casal visitando minha sogra, Maria Carmelita Sousa do Monte, aqui na
cidade de Altos. A Da. Mariema, por coincidência dos fatos, foi colega de
pensão da minha sogra, num casarão comandado por Da. Justina Ferreira, nos anos
60-70, cujo prédio situava-se na Rua Paissandu, frontal ao antigo Hotel
Teresina e próximo do antigo quartel da Polícia Militar, na gregária Praça
Pedro II, em Teresina.
Também passei a me situar melhor
com esse texto, pois me lembro do seu poema “A Casa no Tempo”, um dos primeiros
poemas de sua lavra que pude ler e meditar. Crio que até fiz um comentário
sobre ele no seu blog. Agora, com mais descrições, me situo com mais precisão
sobre suas intenções e a atmosfera de seu entusiasmo ao escrevê-lo.
Porém, queria me referir que
ainda neste mês de setembro último recebi em minha chácara aqui em Altos, o
amigo Adolfo Ferreira, casado com uma prima de minha esposa, chamada Fernanda,
filha do saudoso contador Hugo Melo. Ele é policial civil e cidadão pacato,
sereno e de boas conversas. É que ele morou na antiga Casa do Estudante, em
Teresina, cujo casarão encravava-se próximo à antiga Penitenciária, a qual foi
demolida para construção do ginásio de Esportes Verdão.
Em nosso diálogo tive a
curiosidade de indagar justamente como funcionava aquela Casa do Estudante. Ele
fez um relato curioso e instigante para uma boa pesquisa. Narrou sobre várias
personalidades que vieram do interior do Piauí e do Maranhão e que, em vida
estudantil, se hospedaram e moraram naquele recinto. Foram inúmeros e variados
os destaques que “venceram na vida” e eram egressos daquela saudosa república
de estudantes. Segundo ele, alguns desses destaques foram: Professor Cineas
Santos, atual vice-reitor da UFPI, Nouga Cardoso ex-reitor da UESPI, atual
superintendente da CEF, médicos, professores, etc.
Sem buscar qualquer destaque em
cargos relevantes ou de status social, entendi o quanto aquele prédio abrigou
de gente que se destacou posteriormente em vários cenários da vida produtiva do
Piauí ou se tornaram pacíficos citadinos que contribuíram para a vida útil da
nossa região.
Acertei com o Adolfo que
voltaremos a nos encontrar para debater mais sobre esse período, sobre os
mecanismos de seleção dos estudantes, sobre a vida cotidiana dos estudantes e a
respeito do desfecho profissional da maioria, entre outras coisas. Talvez buscando
informações (entrevistas) com outros remanescentes daquele período, fosse útil
reacender e fustigar a curiosidade histórica daquele albergue de estudantes,
hoje enterrado na memória da cidade de Teresina.
Quiçá, muitos dentre eles,
igualmente a você, possam trazer episódios de grande importância histórica e,
quem sabe, também possam suscitar “nas músicas passionais de algum boteco /
criando ressonâncias que repercutem / insistentemente como eco”.
Músicas passionais
ResponderExcluirComo é bom as recordações do tempo das missivas parece novelas.
ResponderExcluirO Carlos de minha crônica é o mesmo ao qual você fez referência.
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