sexta-feira, 23 de abril de 2010

DIÁRIO INCONTÍNUO

Elmar Carvalho

23 de abril

DISCO VOADOR SOBRE PARNAÍBA

Na conversa a que me referi na nota anterior, o poeta Jorge Carvalho contou-nos um fato deveras interessante sobre OVNI (objeto voador não identificado). Antes, porém, devo repetir que o conheço faz mais de trinta anos, desde que ele cursava a Faculdade de Direito do Recife, a mesma em que estudaram, sem concluir o curso, os grandes poetas Castro Alves e Fagundes Varela. Quando ele vinha de férias, trazia-me revistas literárias da autoproclamada vanguarda, que me deixavam atualizado com o que se fazia em outros Estados, e entre elas a Gandaia. O vate, que é também fiscal do Ministério do Trabalho, contou-nos que, na década de 1950 (salvo engano de minha parte), quando ele ainda era menino, um disco voador foi visto pairado sobre o mercado central de Parnaíba, a grande altura. Vários feirantes e consumidores teriam visto o objeto voador, o que causou certo burburinho na feira. O Jorge o observou de um lugar privilegiado, verdadeiro mirante, a área aberta do belo e velho edifício Leão, pertencente a seu avô, o comerciante Antônio Thomaz. De seu “observatório”, viu quando o disco voador se deslocou em direção ao Delta do Parnaíba, em grande velocidade e notável capacidade de aceleração, ao tempo em que baixava de altitude. Pela sua forma de disco, pelo fato de ter ficado imóvel no ar, pela velocidade e desempenho na aceleração, não poderia ser avião, helicóptero ou balão. Como o suposto OVNI foi visto simultaneamente por várias pessoas, no mercado público da cidade, em plena luz do dia, o que parece ser incomum nos relatos desse tipo de evento, é certo que não se tratava de alucinação, já que as condições e circunstâncias do momento e do local não predispunham a isso, de modo que os estudiosos do fenômeno teriam grande proveito se conversassem com o Jorge e com outras pessoas contemporâneas, que tenham presenciado esse episódio. Para os céticos, invocando Shakespeare, Cristo e um humorista, relembro: há mais mistérios entre o céu e a terra do que possa imaginar nossa vã filosofia; na casa de Deus há muitas moradas e no céu há mais coisas do que apenas os aviões de carreira. Não fora isso o bastante, os cientista, sobretudo os físicos, cada vez mais descobrem novos e fascinantes mistérios, como a possibilidade de existirem universos paralelos e “várias e inefáveis dimensões”, como eu disse num de meus poemas.

Um comentário:

  1. Um dos filmes que eu mais vi - quase numa sequência imediata - foi Contatos Imediatos do Terceiro Grau, e, a propósito, quando criança, na metade dos anos 60 em Campo maior, eu vislumbrei um espetáculo deslumbrante e, ao mesmo tempo, aterrorizante, de luzes em círculo se aproximando e vindo do Leste, até, incompreensivelmente, sumir! Dia seguinte, um agente da CIA, filial da minha cidade, tratou logo de desfazer minhas galáticas ilusões: "foi o lançamento de um foguete na barreira do inferno, em Natal!". E até hoje o Brasil nunca teve sucesso nesta modalidade. Me engana que eu não gosto.

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