SONETO
Licurgo
José Henrique de Paiva (1842 – 1887)
Olhai,
donzelas, o futuro é longe,
Da
Terra ao Céu, a imensidade vai;
Tomai
cuidado, que o prazer do baile
É
como a dor que se desfaz num ai!
Dançai,
folgai que a mocidade é como
A
flor do prado que bafeja a brisa;
Não
só de orvalho, de calor, de sombra,
Mas
de cultivo na solidão precisa!
Vede
este quadro! Não sou moça e bela?
E
todavia me definho em vida!...
É
que me falta dum cultor o esmero,
Neste
desterro a divagar perdida!
Virgens
ditosas, que folgais no baile,
Aves
mimosas que adejais aí...
Fonte:
Antologia da Academia Piauiense de Letras, de Wilson Carvalho
Gonçalves
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