Minha
querida Parnaíba,
Carinhosamente
te chamamos de Parnaibinha de Nossa Senhora da Graça porque recebe
as bênçãos e a proteção de tua excelsa padroeira a Mãe da
Divina Graça. Também és conhecida como Princesa do Igaraçu em
razão do caudaloso rio que te banha, o imponente Igaraçu, afluente
do velho monge, que durante décadas serviu à navegação fluvial,
transportando riquezas, pessoas, promovendo intercambio sócio
comercial entre cidades do estado, do país e até do mundo. Ainda,
Parnaíba, és conhecida como a Capital do Delta porque é o portal
de entrada para aqueles que querem conhecer uma das mais belas e
exuberantes paisagens brasileiras: o Delta do Parnaíba, que a
governadora do Maranhão insiste em chamar de Delta das Américas,
talvez porque ele seja o única delta em mar aberto nas Américas.
Com
relação ao teu nome Parnaíba, há controvérsias entre os
historiadores. Alguns dizem ter origem na língua tupi-guarani e
significa “rio de águas barrentas” em alusão ao Parnaíba.
Outros afirmam ser uma homenagem a Domingos Jorge Velho, um dos
colonizadores do estado que nasceu na Vila de Parnaíba, em São
Paulo. Mas há os que dizem que Parnaíba vem de parnahiba ( com p
minúsculo mesmo) uma faca de retalhar carne, trazida da Bahia pelos
primeiros fazendeiros que se instalaram na vila. Fico com a primeira
versão. Aliás, conta a história, que quando da transferência da
capital do Estado para Teresina, em 16 de agosto de 1852, os
oeirenses, com raiva por Oiras ter perdido a condição de capital ,
propositadamente recolheram a água mais barrenta do rio e
enviaram a Dom Pedro II para que fosse evidenciada péssimas
condições da água, inviável para o consumo humano, ao passo que,
o Imperador observou bem o polme assentado no fundo da garrafa,
sacudiu-a, encheu um copo, bebeu a água e exclamou: - água mais
saborosa do que esta , nunca bebi! Dom Pedro tinha razão. Costumamos
dizer que “quem bebe a água do Parnaíba, quando aqui não fica
para sempre, ou se vai embora, jamais esquece deste lugar”.
Ah,
minha querida Parnaíba! Daquele longínquo 14 de agosto de
1844,quando o então governador do Piauí José Idelfonso de Sousa
Ramos , promulgou a Lei nº 166 elevando-te à
categoria de cidade, muita coisa até cá mudou. Passastes por
notáveis transformações em todos os aspectos, e a tua elevação
de vila à categoria de cidade não foi à toda. O governador de
então, reconheceu a tua
importância no cenário sócio econômico do estado, no país e no
mundo, pois já possuías referências na Europa e em outros países,
De lá para cá, repito, muita coisa mudou. És hoje o município
piauiense mais importante depois da capital. Possuis uma população
acima dos cento e cinquenta mil habitantes que te colocas na condição
de segundo município mais populoso do estado. És a cidade
universitária do norte do Piauí e prepara-se para em breve estar
em pleno funcionamento a tua faculdade de medicina.
Mas,
minha querida Parnaíba!, apesar das mudanças, das transformações
havidas através do tempo, uma coisa não mudou: continuas bela,
pitoresca, afetiva, acolhedora, com teus filhos trabalhadores, tuas
mulheres bonitas, e continuas tendo um grande valor histórico para
o Piauí pelas lutas dos teus antepassados, e pelo empreendedorismo
dos teus filhos atuais que lutam, que trabalham para que continues
sempre esta cidade altaneira, progressista, referência no estado do
Piauí.
Acho
que me alonguei um pouco minha querida Parnaíba, mas é que, mesmo
sendo um filho adotivo, amo-te tanto quanto aqueles que aqui
nasceram, e por esta razão gostaria de vê-la sempre
desenvolvimentista, altaneira, no top do ranking dos municípios
piauienses, mas para isso, necessitamos saber escolher nossos futuros
dirigentes, que eles sejam sensatos, comprometidos com o teu
desenvolvimento, porque se escolhermos errado corremos o risco de
vê-la estagnada em seu progresso, e tenho certeza, os parnaibanos
não querem retrocesso.
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