MOCIDADE
Antônio
Chaves (1883 – 1938)
Ó
mocidade! – borboleta louca
Que
o casulo deixaste pressurosa,
Olha
que o vento as asas te destouca,
Adeja
menos, borboleta ansiosa.
Temo
que as tuas límpidas antenas,
Que
o teu corpo fragílimo, subindo,
Um
dia venham se cobrir das penas...
E
se temo é porque – pálido monge
Sob
a cúpula azul do céu aberto
Olho,
e te vejo já de mim tão longe,
Tu,
que eu julgava inda de mim tão perto.
Volta!
Vem descansar sobre as alfombras
Desta
alma, que sorrir já não se atreve...
Olha
que o prado vai se encher de sombras
E
a terra toda se cobrir de neve.
Fonte:
A Poesia Piauiense no Século XX, org. Assis Brasil
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