SER PAI
(*)
(Paródia ao soneto “Ser mãe”, de Coelho Neto)
Francisco
Miguel de Moura
Ser pai é
ganhar mais, libra por libra,
Para que o
filho não se torne alheio,
Nem
precise ir embora do seu meio,
Da
família, onde a infância se equilibra.
Ser pai é
sofrer só... Filho nem liga
De pai
ficar em casa a noite inteira,
Se tem mãe
que lhe vele à cabeceira,
Por isso o
pai, coitado já nem briga.
E assim
desce ao boteco e perde o brilho,
Embora lhe
acompanhe um amor capaz
De voltar
logo e aconchegar o filho.
Ser pai é
se zangar quando está liso,
Ser pai é
sofrer muito e ser capaz
De sorrir,
padecendo o prejuízo.
Teresina, 25/02/2012
(*)
Na sessão da Academia Piauiense de Letras comemorativa do Dia das
Mães do ano passado, o desembargador Manfredi Mendes de Cerqueira,
após enaltecer as mães e fazer referências elogiosas ao soneto Ser
Mãe, de Coelho Neto, lançou um desafio, ao dizer que algum poeta
deveria escrever um poema sob o título de Ser Pai. O poeta Francisco
Miguel de Moura, atendendo a esse desafio, leu este poema na
sessão do dia 11 passado. Trata-se de uma bela e criativa paródia.
SER
MÃE
Coelho
Neto
Ser
mãe é desdobrar fibra por fibra
O
coração! Ser mãe é ter no alheio
Lábio
que suga, o pedestal do seio,
Onde
a vida, onde o amor, cantando, vibra.
Ser
mãe é ser um anjo que se libra
Sobre
um berço dormindo! É ser anseio,
É
ser temeridade, é ser receio,
É
ser força que os males equilibra!
Todo
o bem que a mãe goza é bem do filho,
Espelho
em que se mira afortunada,
Luz
que lhe põe nos olhos novo brilho.
Ser
mãe é andar chorando num sorriso!
Ser
mãe é ter um mundo e não ter nada!
Ser
mãe é padecer num paraíso!
(Copiado site "Jornal de Poesia")
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