O DESTINO DA LIRA
Martins Napoleão (1903 - 1981)
Dói recolher, na
concha e na alma, o alheio pranto
— orvalho a gotejar de outras raízes...
Mas é tão doce a dor de o transformar num canto
que console infelizes!...
O destino da Lira é como o das estrelas,
belas e inúteis, aparentemente:
mas a força vital infinita que há nelas
faz brotar a semente.
O destino da Lira é o destino das rosas,
morrendo mas deixando o aroma que erra,
ou no ar ou no esplendor das mulheres formosas,
como um bem feito à terra.
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